sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

VENEZA CAPIXABA por Hugo Cassel

VENEZA CAPIXABA
por Hugo Cassel







Os profissionais de turismo, em todo Brasil, conhecem perfeitamente a palavra “Capixaba” como referente ao Estado do Espírito Santo. A maioria não sabe porém o seu significado na língua Tupi-Guarani. Tive a resposta na recente visita à linda cidade de Vitoria. “Capixaba” significa terreno pronto para plantar. Roça, roçado.

Assim era chamado o local onde os índios plantavam milho. Com o tempo, todos que habitavam aquelas terras foram chamados capixabas, apesar de que o nome real da grande capitania era em Tupi-Guarani, Guana-mira, que significa Ilha do mel. Passou depois a Ilha de Santo Antonio, e afinal comemorando a vitoria e expulsão dos índios, em 1551, Nossa Senhora da Vitoria.

A capital de Pernambuco Recife é conhecida como a Veneza brasileira, por seus rios e pontes, mas Vitoria, uma das três capitais brasileiras situadas em uma ilha, pode perfeitamente ser chamada de “Veneza Capixaba” pois é formada por varias ilhas e inúmeras pontes, alem de lindas praias, como essa de Camburi recém revitalizada,
e ainda padecendo de estrutura para atendimento de turistas. Faltam quiosques, banheiros e chuveiros, pouca sombra e nenhum abrigo. Os quiosques que existiam, foram retirados e a disputa na justiça impede a reconstrução. Outro sério problema se chama aeroporto.

Local acanhado que vira uma confusão quando chegam três aviões. A construção do novo aeroporto foi interrompida por corrupção e ainda continua parada. Comentam que o Secretario de Turismo é um político sem intimidade com o assunto e que isso prejudica a solução. De qualquer forma é um enorme prejuízo, pois deixam de ganhar dinheiro e proporcionar centenas de empregos.

No entanto a cada ano em Gramado, acontece a “Noite Capixaba”, onde é servido o “Carro Chefe” da gastronomia do Espírito Santo, que é a famosa “Moqueca Capixaba”. Comi em Vitoria, por duas vezes e não gostei, pois em ambas havia um excesso de gordura. Em Gramado sempre foi melhor. Vale registrar que, nos hotéis existem folders com oiti roteiros e programas, e não existe divulgação de operadoras. O Espírito Santo e particularmente a Capital estão voltados na maior parte para o turismo de eventos e negócios, principalmente petróleo. Com isso a hospedagem é em media a mais cara do Brasil, e alimentação idem. Existem pratos de frutos do mar que chegam a 180 reais para uma pessoa, o que é absurdo numa cidade com uma costa das mais piscosas do país.

Nos hotéis os preços são mais honestos. É possível montar, como permite o competente “cheff” Wallace no Confort Hotel onde estive. O seu filé de Tilápia com arroz, farofa, fritas e berinjela agridoce é de comer de joelhos, cantando Aleluia.

Vitoria compensa tudo, eis que é uma cidade limpa, organizada e com gente amável. Nas avenidas não existem pardais, nem quebra-molas. Todo mundo anda a 100 por hora e nas faixas de segurança existem botões que interrompem o transito para cruza de pedestres. Vale a pena conhecer.



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