quinta-feira, 1 de agosto de 2013

DICAS DE TURISMO - por Airson Soares da Rosa


Meu Galo Rolha

No segmento turístico no passado, os alunos dos Cursos de Turismo estudavam uma disciplina conhecida por Animação Turística,que foi substituída por Entretenimento e Lazer, mas em ambas, os guias de turismo e organizadores de excursões de longa duração aplicavam para contar histórias e causos para os turistas ficarem atentos durante os roteiros... Na coluna de hoje, aproveito o livro que ganhei de um famoso “galista” conterrâneo meu, o senhor Gilson Martins, ele já com os seus 90 anos de idade e nascido no distrito de Mirim que no passado pertencia a histórica cidade de Laguna (SC) e hoje pertence a Imbituba (SC). Vamos então saber o que ele narrou para seus familiares e amigos... com o título “Histórias de um Galista - Meu Galo Rolha”.
Há mas ou menos sessenta anos, eu trabalhava na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), localizada no Rio Fiorita, em Siderópolis (SC). Lá também trabalhavam meu irmão Gelson e  meu sobrinho Niquinho, além de um senhor de Araranguá chamado Dico Luchina. Nós quatro tínhamos algo em comum: eramos galistas e adorávamos briga de galo. Então, em um sábado qualquer, Dico foi à Araranguá e me voltou com três galos: dois brancos e um queimado. Quando chegou ofereceu a nós três. Olhamos e gostamos dos brancos, mas o que mais chamou nossa atenção foi o galo queimado. Era um galo alto, peito largo, cauda caída, pescoço curto, bico amarelo e curto, com crista alta. Diante desses atributos, compramos!
Quem cuidava dos galos era eu. Portanto, levei-os até minha casa para tratá-los e, no próximo domingo, avaliaríamos para ver se realmente eram bons. Após o tratamento, constatamos que os dois brancos galos brancos eram muito bons, gostamos. Ao contrário, o queimado era muito ruim, não dava para brigar. Mesmo assim, coloquei o galo no cordão para tomar sol. Em outro domingo apareceu um senhor com um galo pintado, muito bonito, querendo fazer uma briga. Contudo, logo que olhamos o galo dele, percebemos que só dava parelha para o queimado. Por isso, na hora, falei: “com o queimado não...ele é muito ruim”.
Não adiantou, pois o senhor insistiu, afirmando que era para fazer um briga barata, apenas para experimentar e fez questão que fosse com o galo queimado. Nesse momento, Gelson e Niquinho, referindo-se ao queimado falaram: “Gilson, vamos fazer. Ele vai mesmo é para a panela.” Então, após as argumentações, fizemos a briga. Coloquei a esteira e calçamos os bichos! O senhor soltou a galo dele na esteira e retirou. Em seguida soltei o meu, o queimado, que na hora bateu a asa e cantou. Nesse momento Niquinho, que tinha as dele, de pronto, como sempre disse: “olha o Rolha”. Soltamos os galos e começou a briga. O Rocha começou a brigar nas costas do galo adversário e bateu. Numa hora ele entrou embaixo de uma das asas, bateu e derrubou o outro galo ganhando a briga.
Com sua vitória, o Rolha começou a ficar famoso e então passei a tratá-lo. Alimentei, treinei e até tosei o galo. Quando ele estava tratado levamos ao rinhedeiro para brigar na sede em Siderópolis (SC). Lá, o Rolha emparelhou com o galo do senhor Borges, calçamos e soltamos. O Rolha começou com a mesma briga de antes e, em alguns minutos, entrou em baixo da asa do galo, derrubando-o e ganhando a briga. Com isso, sua fama foi aumentando.
No Centro de Siderópolis havia um farmacêutico chamado Demétrio Medeiros que também era galista e desafiou o Rolha. Disse que iria a Tubarão (SC) pegar um galo para acabar com  fama do Rolha. Em Tubarão, Demétrio comprou um galo do senhor Maximilho, que era um dos galistas mais respeitados da região. Quando nos encontramos, Maximilho desafiou o Rolha oficialmente, dizendo: “Gilson já comprei os galos, vamos fazer uma briga no domingo”.
O desafio foi aceito, desde que houvesse parelha. Assim, no resto da semana,o assunto entre os galistas não era outro senão a briga que iria ocorrer no final da semana, ou seja, do galo Rolha com o galo trazido de Tubarão. No domingo marcado levamos os galos na rinha e emparelhamos. O galo tubaronense era um pouco maior, como Rolha gostava. A rinha estava lotada quando soltamos os galos. O dele era muito bom e não deixava o Rolha entrar em baixo da asa e o dono dizia: “este veio de encomenda”. A briga foi muito longa, mas, em certa hora, os dois galos bateram juntos e o Rolha conseguiu entrar em baixo da asa do tubaronense e bicou em sua cabeça. Quando o Rolha conseguiu, a torcida foi ao delírio. Mas uma vez, Rolha ganhou a briga e desta vez foi do galo do Demétrio, trazido pelo Maximilho. Seu nome focou ainda mais famoso.
A fama fazia com que mais galistas quisessem desafiar o galo. Assim, o senhor Morgado, de Siderópolis, desafiou o Rolha dizendo: “eu tenho também um frango para botar com o teu galo e acabar com ele”. Mais uma vez a afronta foi aceita. Porém, a disputa ocorreria tão logo houvesse a recomposição do estado de saúde do Rolha, que saiu da briga com o galo do Demétrio um pouco machucado. Então, quando o Rolha ficou bom, fizemos a briga, também com data marcada e na presença de muita gente.
Com uns dez minutos de briga, o Rolha quebrou uma das asas e como naquele tempo não era obrigado a pagar meia briga, deixei eles brigarem. O Rolha batia em baixo das asas do adversário, e com a asa quebrada batia para o lado de fora e caía. Em determinado momento, Rolha bateu com a asa quebrada no adversário e ganhou a briga. Com a vitória, as gargalhadas e gozações tomaram conta da platéia e quase deu briga. Depois da briga e de mais uma vitória, levei o Rolha para a casa e continuei a tratá-lo. Quando ele já estava bom teve um torneio em Siderópolis com galistas de diversos lugares, inclusive da cidade de Guatá (SC).
Quando começamos a emparelhar o Rolha, emparelhou com um galo de Guatá, de um senhor chamado Jeremias. Na hora de soltar os galos, ele perguntou se a briga seria cair valeu ou para valer depois que o juiz desse a briga como válida. Como achei que o Rolha não estava muito bom de saúde ficou estabelecido que a briga seria decidida quando o juiz validasse o embate. Mas quando soltamos o Rolha, o galo não quis brigar e voou do tambor, invalidando a briga. Horas depois, o senhor Jeremias colocou seu galo para brigar com um outro, de Reginaldo Mafra. Antes de soltar, Jeremias perguntou como seria a briga: “caiu valeu?” e prosseguiu afirmando “a última briga foi com um galo mestiço”. Reginaldo, então, retrucou: “o Rolha era um dos melhores da rinha”. Contudo, por ironia do destino, o galo de Jeremias deu duas batidas e voou do tambor, perdendo a briga, imitando os atos do galo Rolha, injustamente taxado de mestiço.
Neste momento Dionísio Freitas, que estava na arquibancada, conversando e assistindo os embates, levantou-se e disse: “é minha gente, o castigo anda a cavalo. Realmente, aquela foi a última briga do meu galo Rolha”, que morreu após 15dias daquele embate (Gilson Martins).
Na contra capa do pequeno livro, sua família deixou-lhe a seguinte mensagem: “À Gilson Martins. Exemplo de trabalho, dignidade, pai honrado, avô presente e amado. Pessoa de muito orgulho para toda sua família. Parabéns por nos presentear com 90 anos de vida.”
Aproveito e agradeço ao galista seu Gilson pelo presente, o livro autografado e sua história, para relembrar também o meu querido avô Olimpio Soares Da Rosa (o saudoso pai Impo), que residia também no Mirim, galista e era funcionário dos Correios e Telégrafos, com quem  ele (o seu Gilson) aprendeu a tratar de galos de briga e o chamava de “Tio Olimpio”.Nas fotos que seguem, o seu Gilson Martins, que é freqüentador da Praça Nereu Ramos em Criciúma (SC) com este colunista, num gostoso papo sobre os “GALOS DE BRIGA”.
PIT STOP
*O Papa Francisco deixou-nos uma mensagem que serve para o mundo: “a transparência é a maior arma para combater a corrupção”. Portanto fiquemos atentos em defesa de nossos direitos.
*O Município de Jacinto Machado (SC) convidando para sua extensa programação turística e cultural, com shows nacionais, exposições, escolha de rainha e princesas, desfiles e forte gastronomia, de oito a 11 de agosto de 2013, para seu evento tradicional como a 12ª Festa da Colono e Mostra do Agronegócio, a 4ª Banarroz, e no dia nove, o Seminário Regional do Turismo,a partir das 16 horas no Auditório da Igreja Matriz, versando sobre os Parques Nacionais e Aparados da Serra e Serra Geral. sobressaindo-se o Turismo de Aventura, com a presença dos ilustres palestrantes: Jonas B. Schilling e Deonir Geolvane Zimmermann. imprensa.jacintomachado@gmail.com
*ABAV de Santa Catarina elege para a presidência da entidade, pela vez primeira, uma agente de viagem.Trata-se de incansável e conceituada Ely Ribeiro da Silva (foto), Diretora Geral da Central de Reservas Turismo e Eventos, operadora receptiva de Florianópolis (SC). Parabéns, amiga, conte com  nosso apoio. www.ceretur.com.br - (048) 3266-1011
* O renomado artista catarinense Juarez Machado, que reside na França há mais de 30 anos, pelo sucesso de suacoleção de Gravuras e Serigrafias “Castelos de Vinho”, expostas em 2012 na Galeria de Arte da Vinícola Villa Francioni (foto), foi convidado a expor novamente em São Joaquim (SC). A exposição com 25 novas obras, entre elas duas inéditas, a óleo sobre Gobelin, que são tapeçarias feitas em tecidos, ficará aberta até oito de setembro 2013. Todas as obras estão à venda. Contatos pelo telefone (49) 3233-8200 ou com Rute Enriconi (48) 9960-2904/(48) 8814-9838, e-mail: renriconi@gmail.com .
*O Prefeito de Laguna (SC) Everaldo (foto ao lado deste colunista), durante a Semana Cultual em Laguna, neste último dia 29, adiantou que o FAROL DE SANTA MARTA receberá atenção especial de sua administração, com relação a manutenção (limpeza, iluminação, atendimento médico, obras sociais, etc). Para isso nomeará em breve um intendente ou representante (morador do Farol), em seu governo para acompanhar os serviços. Também, paralelo a construção da SC- 100, Rodovia Interpraias, que está sendo construída pela SETEP e sua conclusão está prevista para dezembro deste ano, já licitou uma empresa (Construtora Mendes) para o calçamento com paralelepípedos do trevo daquela Rodovia até o Farol de Santa Marta, com o término previsto para a mesma data.Afirmou ele: “o Farol é um Ponto Turístico de nível mundial e nunca será esquecido pelos lagunenses”. (assim esperamos)
*O meio ambiente estará realizando Seminário de Turismo do Aguaí, dias 8 e 9 de agosto de 2013, nas dependências do Complexo Turístico Ghelere em Siderópolis (SC). As inscrições estão abertas e são gratuitas, através do e-mail rotasdoaguai@gmal.com. Para saber mais clique no  facebook.com/rotas.doaguai)  Fale com o Paulo ou Rosi (foto), pois as vagas são limitadas.

*O Presidente Paulo Roberto Borges (foto ao lado diretor Luiz), do Conselho de Segurança - Centro, convidando para a reunião dos membros neste dia seis de agosto de 2013, às 19 horas, no Auditório São José em Criciúma (SC), lembrando que as reuniões acontecem sempre às primeiras terças-feiras de cada mês. A entrada é livre para os Munícipes.
*A Associação Sul Catarinense de Turismo poderá ter a nova presidente da entidade, do novo Município de Balneário Rincão (SC): a ex-diretora Rosangela Bitencourt e colunista do Jornal do Rincão (foto), conta com o apoio do Prefeito Municipal Décio Góes e da ABRAJET-SC.
*A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) reuniu em Laguna (SC) jornalistas e maçons neste último dia 29 para homenagear Jerônimo Coelho, fundador do jornal “O Catharina” (os seus 182 anos) o Patrono da Imprensa e a Maçonaria Catarinense. O evento é organizado anualmente pelo jornalista e diretor do Jornal de Laguna, Márcio Carneiro. Almoçaram no restaurante do canteiro de obras e visitaram as instalações da ponte estaiada Anita Garibaldi em Cabeçudas (foto), cuja inauguração está prevista para maio de 2015. 
Airson Soares da Rosa é consultor de Turismo, diretor nacional da ABRAJET - Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, membro titular da Prensa Turística de Periodistas Del Mercosur, membro da Associação Catarinense de Imprensa e colunista de Turismo do site da Rádio Difusora AM910 (www.difusora910.com.br).
DRT-SC. 02360-JP
OAB-SC.2.281(Membro Jubilado)
E-mail airsonsoaresrosa@gmail.com

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