FERNANDO DE NORONHA - ESPLENDOR DA NATUREZA
Conhecer os destinos que o Brasil tem a nos oferecer, é como adentrar em pinturas de arte que expõem em seus belos quadros as mais exuberantes paisagens existentes neste país de belezas naturais inimagináveis. Viajar por estradas, mares e céus que circundam essa terra abençoada por Deus, é descobrir a cada instante a magnitude do que temos a vivenciar, tudo isso entre praias, montanhas, oceanos e uma quantidade imensurável de atrativos naturais que simplesmente foram traçados pelas mãos de Deus em Sua sublime inspiração. Fernando de Noronha é um pequeno resumo de tudo isso. Pra quem quer que seja é uma viagem inusitada. É estar no paraíso. Tenho o privilégio de mais uma vez retornar a essa Ilha que relembra aquela série "A Ilha de Fantasia".
Pousando em Noronha, a Convite da Ilha com o apoio da Gol, justamente cruzando a Praia do Sancho e o Morro Dois Irmãos segundos antes do pouso
Chegar na Ilha de Fernando de Noronha é uma verdadeira euforia. Na marcação do assento no avião eu já escolho a janelinha (prefira o lado esquerdo da aeronave) pois lá de cima a gente já se encanta com os seus contornos num verde esmeralda de diversas tonalidades, numa mistura entre a mata preservada e um oceano transparente. Da janelinha do avião você já percebe a arrebentação das ondas no Morro Dois Irmãos, bem de frente a Praia da Cacimba do Padre. O comandante já nos alerta para essa euforia denominada "euforonha". Esse paraíso de apenas 17 km². Fico imaginando se por aqui tivesse além de aluguel de bikes, bikes de respeito, diga-se de passagem, ciclovias bem feitas. Já pensaram? Pra quem faz entre 20 e 100 km de bike por dia seria apenas um passeio.
De Pernambuco são 545 km sob o mar até o paraíso. Tipo 50 minutos de voo. Em sua maioria turistas de todos os cantos do mundo querendo conferir de perto se realmente a Ilha é tudo isso que dizem e, o melhor é que é. Ao se aproximar da Ilha você apenas escuta aquele coro: "NOOOOSSSA", além dos aplausos. São muitos os roteiros e destinos na Ilha, que possui em torno de 3.600 habitantes entre locais e passantes, e mais de 100 pousadas para todos os gostos e bolsos. A primeira dica é você preencher todas as papeladas na internet, imprimir o bloqueto e pagar a taxa R$ 68,74 multiplicado pelo nº de dias que vê ficará por aqui. Garanto que valerá cada centavo. Ainda existe, infelizmente, uma burocracia inimaginável, assim como suas belezas. Você terá que enfrentar fila quando chegar já a partir da minuscula pista de pouso. Primeiro comprovar que pagou pra entrar na Ilha, depois ir a um outro local, pagar mais R$ 106,00 para poder adentrar nos parques nacionais. Tudo isso poderia ser resolvido em tua cidade de origem, chegando na Ilha com tudo pago, apresentando o código de barros correspondente na "catraca" de saída do aeroporto. Uma ilha de primeira grandeza com serviços de quarta categoria. Não se assuste e nem se aborreça. Pense nas belezas que você observou da janelinha do avião. A ilha e suas belezas não tem culpa.
Pra quem não sabe, Fernando de Noronha é um arquipélago pertencente ao estado brasileiro de Pernambuco, formado por 21 ilhas e ilhotas, ocupando uma área de 26 km², situado no Oceano Atlântico, a leste do estado do Rio Grande do Norte. Constitui um Distrito estadual de Pernambuco desde 1988, quando deixou de ser um território federal, cuja sigla era FN, e a capital era Vila dos Remédios. É gerida por um administrador-geral designado pelo Governo do Estado. A ilha principal tem 17 km² e fica a 545 km de Recife.
Praia do Sancho
Após uma campanha liderada pelo ambientalista gaúcho José Truda Palazzo Jr; em 1988 a maior parte do arquipélago foi declarada Parque Nacional, com cerca de 8 km², para a proteção das espécies endêmicas lá existentes e da área de concentração dos golfinhos rotadores (Stenella longirostris), que se reúnem diariamente na Baía dos Golfinhos - o lugar de observação mais regular da espécie em todo o planeta. O centro comercial em Noronha é Vila dos Remédios, mas não é considerada capital por ser a ilha um distrito estadual. O parque nacional é hoje administrado pelo incompetente e inchado Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além das praias, baías e natureza riquíssima, Noronha também reserva outras surpresas para os turistas. São mais de 500 anos de história, que tornam o Arquipélago, além de um Patrimônio Natural, um verdadeiro Patrimônio Histórico que merece ser visitado e, sobretudo, preservado.
Isso sem contar as dezenas de contos e lendas evidentemente, começando pela lenda do Tesouro encantado contada por um prisioneiro e recolhida por Olavo Dantas, em 1938, fala de um velho estranho, com longas barbas como um monge, que atrairia os incautos para um lugar próximo à sétima cajazeira, onde havia uma cruz formada por duas raízes da árvore e onde se estava escondido um tesouro. O perigo maior ficava por conta do que aconteceria se alguém se propusesse a cavar junto a essa cruz, formada pelas raízes... Toda a árvore estremeceria, mexendo seus galhos sofregamente, mesmo que não houvesse vento algum. Depois de algum tempo, não só essa árvore estaria em movimento mas o mato ao redor, como se uma violenta tempestade açoitasse a região. O tesouro resistiu às investidas - se é que ele realmente existe – servindo apenas para causar assombração. Do velho, nem sinal...
Uma das primeiras coisas a se pensar é contratar uma agência receptiva. Depois de comprar tuas passagens e reservar teu hotel/pousada e hora de agendar seru receptivo e demais passeios. Preocupe-se com quem irá te buscar no aeroporto e que irá de levar aos melhores passeios. A Atalaia Receptivo foi a escolhida. Além de contar com bons condutores, fazem parte da Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura (ABETA) e trabalham em parceria com o SEBRAE/PE, a Administração da Ilha, o Parque Nacional, o Projeto Tamar e o Projeto Golfinho Roteador. Assim, nos fornecem informações atualizadas sobre as atividades em Noronha. Prezam sempre pela qualidade, segurança e conforto. É por isso que todos os seus passeios incluem traslados e seguro de assistência ao turista. Viu só? Com eles a gente só esquenta a cabeça com o sol mesmo.
Fiquei hospedado no charmoso Dolphin Hotel uma pequena Villa hotel da Fabiana, concebido com a filosofia de bem viver e receber, cercado de beleza estonteante, acolhido pela mata atlântica insular e rodeado de pomar de frutas tropicais. Três villas com 21 exclusivos e aconchegantes apartamentos divididos em cinco diferentes categorias – área de lazer com solário – redário – piscina 2 jacuzzis com hidromassagem para oito pessoas – sauna – restaurante – uma equipe super amigável e bem receptiva. A Maiara, Carla, os garçons , enfim toda a equipem merecem aplauso. São a almo do Dolphin. Na real um refúgio acolhedor onde se encontra elegância na simplicidade e na simpatia, um lugar aconchegante e intimista onde você se sentirá em sua própria casa de praia. A história do Dolphin começa lá em, quando Luiz Falcão , o diretor, veio à terras Noronhenses a convite de um amigo, conhecer possíveis instalações para o que seria o primeiro e pequeno hotel na ilha. Por aqui só havia poucos habitantes locais além dos militares que tinham Noronha como base. Já naquele tempo era um proposta muito ousada além de arriscada, pois nada havia na ilha que pudesse dar suporte para a criação de um novo destino turístico. Porém já era tarde para desistir. Noronha já tinha conquistado o o seu coração, e daí por diante, colocar Noronha no mapa turístico do Brasil era o maior objetivo do Luiz.
Em 1982 inauguram o primeiro “hotel” da Ilha de Fernando de Noronha, a Pousada Esmeralda sob comando do Luiz e Ducarmo Falcão. Para dar suporte ao Hotel, todo um esquema de logística aérea com fretamento de voos semanais com Transbrasil / Vasp foi feito para transportar os primeiros visitantes, alem de suporte local de barcos de turismo, de carga e o transporte local para mostrar as belezas da ilha para os turistas etc… A maior parte dos seus primeiros funcionários foram ilhéus. Hoje vem de fora, capacitados, bilíngues pois o mundo costuma se hospedar por lá. A pousada Esmeralda operou sob essa direção até o ano de 1988, quando foi passada para o recém formado IBAMA na mudança de Distrito federal para ser Estadual. A partir dai, nascia O Dolphin Hotel, já no terreno em que se encontra hoje. Inicialmente com 11 quartos, porem, ainda o pioneiro em hotelaria profissional e sendo o mais bem equipado da ilha, com os primeiros chuveiros quentes, ar condicionados e a primeira piscina da ilha. Foi um trabalho e tanto. Mas que da a eles uma alegria e orgulho imenso em olhar pra trás. Foi exatamente nessa época que tiveram o prazer de apresentar Noronha a imprensa Brasileira. Programas de Tv como o Fantástico e Globo repórter, novelas, mini series, revistas nacionais como veja, manchete, Playboy e outras centenas de jornais e programas de turismo apresentaram Noronha ao grande publico que ainda nem tinha ouvido falar dessa Esmeralda do Atlântico. E com certeza a paixão nacional por esse pedacinho de terra foi avassaladora.
Noronha é o destino que tonho brasileiro sonha e mostrar as belezas de Noronha pro mundo sempre foi o objetivo do Dolphin. De lá pra cá são muitos anos. Hoje, ao todo, somamos 22 apartamentos, em cinco categorias diferentes locados num terreno de 12 hectares. A área de lazer foi ampliada e a vontade de crescer só aumentou. Ao final do ano 2020 estarão com 48 apartamentos. Essa história de se funde a historia do turismo de Noronha. São muitas realizações, alem de muito amor em tudo o que fizeram. Muito respeito e carinho por seus hóspedes que logo viraram amigos. E uma parceria linda e forte eles, e nós, os turistas que somos muito bem recebidos. O Dophin é mestre na arte do bem receber.
As refeições foram evidentemente no Dolphin Hotel, localizado no centro geográfico da Ilha, próximo às praias Conceição e Bondró. Na mesa a toda a gastronomia da Chef Clara Rosa que preparou o jantar de boas vindas no restaurante Acqua - Cozinha Afetiva. De entrada o Camarão Kyoto, devidamente empanados da farofa de pão velho, acompanhado de molho tarê. O prato principal foi uma super Pescada Amarela, com crosta de castanha, acompanhado de batatas rústicas e arroz ao meu gosto. Para encerrar o famoso Danado de Bom. Bananas do quintal empanadas e caramelizadas no melaço, sorvete de tapioca e farofa de amendoim. Gente, se era pra impressionar, nota 10 então! Parabéns com louvor. Vale lembrar que o restaurante Acqua Marine tem gastronomia elaborada e assinada pelo premiado chef Fábio De Sanctis. Todos os pratos foram criados por ele, assim como a escolha dos vinhos da seleta carta.
NORONHA 4X4
O guia e nosso motorista Adilson é 10. Sabe tudo.
Aqui na Ilha rola também horário de verão, diferente de Recife. Então estou no mesmo horário que minha outra Ilha, Floripa, a Ilha da magia. Com a Atalaia Receptivo foi dia de percorrer a Ilha em camionetes 4x4, paradas estratégicas para banhos, mergulhos com tartarugas e tubarões, enfim, um dia para curtir a Ilha com toda calma que ela merece, já que o tempo aqui anda bem devagar para que se possa desfrutar todos os momentos até o por do sol, que é o último espetáculo do dia.
Mergulhar na Praia do Sancho é como entrar num aquário mais do que transparante, entre tartarugas, arraias, tubarões, golfinhos... Uma fauna e flora espetacular. . Sim, não se assuste, tubarão, como aqui eles tem comida demais, acabaram de acostumando e são super mansos, mas não tire onda, respeito e cuidado são sempre bem vindos. Preste sempre atenção aos alertas dos guias.
A dois ou três passos dentro d'água, em uma das praias, a última do dia. Trata-se da Baia do Sueste, da pra mergulhar tranquilo. As tartarugas são gigantes, lindas, fenomenais. Aliás, eu já gastei todos os meus adjetivos com Fernando de Noronha, o lugar onde a ecologia é levada extremamente a sério. De mar calmo e vista estonteante, um dos melhores locais para conhecer a diversidade da Ilha através do mergulho livre. Lar do único mangue insular do Atlântico Sul.
Um dos vários momentos mágicos da Ilha de Fernando de Noronha. Ao fazer um dos passeios de Barco com a Atalaia Receptivo, é essa espetacular escolta de golfinhos rumo ao mergulho na Praia do Sancho.
Lar do único mangue insular do Atlântico Sul
Mergulhei também na Baia dos Porcos, a segunda mais linda. Realmente a gente perde o olhar para tanta diversidade, tanta beleza. O pit stop para o almoço foi no Forno Noronha.
Peça alguma coisa e ouça como resposta "não tem, está para chegar". Pague muito caro e coma mal e espere muito, mais muito mesmo, num calor absurdo. Espera também na fila para pagar. É bom levar dinheiro para não ter que esperar mais ainda por conta da falta de conexão. A web e telefonia lá é via sinais de fumaça. A falta de investimento nessa área é absurda. Imperdoável.
Tradicional peixe na telha