sábado, 3 de maio de 2014

FALANDO DE TURISMO - por Jeff Severino - Jornalista - SC-01571-JP


LANCHE NOS AEROPORTOS



Tenho certeza que você sabe o preço de um expresso e um pão de queijo em qualquer aeroporto do Brasil. Um verdadeiro roubo. Já com o valor cobrado por um lanche mais caprichado daria para você comer um bom prato reforçado em qualquer restaurante do centro da cidade. Tanto é verdade que um levantamento da Proteste revelou que lanchonetes populares dos aeroportos de Curitiba (PR), Salvador (BA) e Porto Alegre (RS) desrespeitam as regras do cabide de empregos da Infraero em relação aos preços do chamado "lanche popular".

 
Desde 2012, alguns pontos de vendas oferecem uma lista de 15 produtos com preços mais acessíveis, definidos pela Infraero após pesquisas feitas nos mercados locais. A ideia da estatal era "controlar" os preços cobrados de alguns produtos (fornecidos por meio de licitações) dentro de um piso preestabelecido. Contudo, segundo a Proteste, o barato está saindo caro — mostrando mais uma vez que o controle de preços invariavelmente traz prejuízos ao consumidor.

Uma empada - R$ 8,50

Também se verificou flagrante exemplo de fraude na quantidade de bebida servida. Há lanchonetes populares, como as dos aeroportos de Rio de Janeiro (Santos Dumont), São Paulo (Congonhas), Recife e Fortaleza que servem capacidades menores que as estipuladas pelo contrato da Infraero, cobrando, contudo, o mesmo valor", disse a associação de consumidores.  Entre os casos de aumento de preços de outros produtos, a Proteste cita do brownie da popular BC Express, no Aeroporto de Congonhas (São Paulo), que custa 6,75 reais - 2,25 reais mais caro do que o do Fly Café, no mesmo aeroporto, que, por sua vez, não participou de qualquer licitação. O mesmo ocorre com a empanada custa 6,50 reais na lanchonete popular Palheta, no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio, enquanto o mesmo produto sai por apenas 3,60 reais na Kafe, lanchonete convencional. AGORA IMAGINEM ISSO DURANTE A COPA DO MUNDO. Portanto, não viaje neste período, se viajar, leve lanche e coma a bordo, pois a Gol também cobra caríssimo pelo lanche. 

MAIO SABOROSO
 

Durante o mês de maio o destaque do Infinity Blue Resort e Spa para os moradores e visitantes de Balneário Camboriú e região é a gastronomia oferecida no restaurante e bistrô localizados dentro do resort e aberto ao público em geral. “Seja através da tradicional feijoada servida no Blue Marine Restaurante todos os sábados ao meio dia ou dos pratos da culinária internacional com sugestão de vinhos seletos da adega do Acqualina Bistrô, as opções são diversas para agradar a todos os paladares”, convida o gerente de alimentos e bebidas Eduardo Ragassi. Além de ser um ambiente agradável para desfrutar de um almoço ou jantar em família ou com amigos é uma oportunidade de divertimento. “Enquanto os pais degustam a refeição e conversam com amigos, as crianças de 0 a 12 anos podem participar das atividades preparadas pela equipe de recreação do resort”, indica o diretor geral Alberto Cestrone.  Outra facilidade é o amplo estacionamento gratuito.

 Acqualina Bistrô

Durante os sábados é servida a tradicional feijoada completa além de feijoada com frutos do mar no Blue Marine Restaurante. Hóspedes e visitantes são recepcionados com aperitivos como caipirinhas, torresmos e saboroso caldo de feijão servido por uma autêntica “Baiana”. A feijoada é servida todos os sábados das 12 às 16 horas. Com os sabores das especiarias do oriente e as sobremesas a base de mel, amêndoas e folhados também farão parte do menu. O jantar marroquino será servido a partir das 19h 30 min. Parte do seleto menu composto por finas entradas e pratos principais com sugestão de vinhos da própria adega do resort além das sobremesas diferenciadas. O bistrô é aberto ao público todos os dias das 19h às 23h com serviço a la carte.

 
VOANDO BAIXO
 
 
A TAM, que não faz mais o trecho Florianópolis-Porto Alegre- Florianópolis, terá de pagar uma multa diária de 50 mil reais caso se recuse a alterar algums regras de seu programa de fidelidade Multiplus em até 30 dias. A decisão foi tomada pela juíza Priscila Buso Faccinetto, depois da Proteste Associação de Consumidores entrar com uma ação contra a companhia aérea. Segundo a entidade, a falta de clareza e de informação nos contratos da Multiplus desrespeitava o Código de Defesa do Consumidor. Com a resolução, as passagens aéreas emitidas por meio do programa de fidelidade Multiplus terão validade de um ano, a partir da data de emissão. Até então, a validade era de três a seis meses, o que viola o artigo 228 do Código Brasileiro de Aeronáutica. O prazo para utilização dos pontos acumulados, anteriormente de dois anos, também será prolongado indeterminadamente. 
 
 
Em caso de falecimento do titular, os pontos ainda deverão ser repassados aos herdeiros. Sobre o direito à informação, as alterações no regulamento do Multiplus passarão a ser comunicadas com 90 dias de antecedência. Isso porque as companhias aéreas têm o hábito de aumentar o número de pontos necessários para emitir uma passagem aérea sem antes avisar os consumidores. Caso a TAM decida cancelar o Multiplus, no entanto, a Proteste defende que os pontos sejam transferidos para outro programa de benefícios, ou que o cliente receba seu dinheiro de volta, conforme a quantidade de pontos acumulados. Bem feito TAM. Esse não é o nosso jeitinho de voar, mas sim o "jeitinho" que vocês deram em nos enganar.  
 
 
CONSELHO DE TURISMO
 
“Queremos conhecer os atrativos e ajudar a fomentar o turismo nesta região”. Foi com esta frase que o presidente do Conselho Estadual de Turismo, Ivan Cascaes, deu início à primeira reunião itinerante de 2014. O grupo visitou os municípios de Chapecó, Palmitos, São Carlos, Águas de Chapecó e Quilombo com o intuito de conhecer roteiros e potenciais turísticos presentes na região. O secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello, elogiou a iniciativa do Conselho Estadual de Turismo de promover encontros regionais no interior do estado. “Com essa reunião, fica o desejo de que possamos trabalhar em parceria e desenvolver projetos que fomentem o turismo nessa região”, destacou. Durante a reunião itinerante os conselheiros foram recebidos por autoridades e empresários locais. Uma das reivindicações apresentadas foi a mudança do nome da região turística “Grande Oeste” para “Vale das Águas”. Conforme o presidente do Conselho Regional de Turismo do Grande Oeste – Conturoeste, Rodrigo Conci, a região territorial do Grande Oeste ficaria subdividida em três regiões turísticas: Vale das Águas, Caminhos da Fronteira e Vale do Contestado. “Esse nome tem tudo a ver com a área onde vivemos, já que temos as águas termais e as atividades náuticas nos rios e represas da região estão em pleno desenvolvimento”, explica.
 
Clique na imagem para ampliá-la
 
Além de sediar o encontro que reuniu prefeitos, secretários municipais, vereadores, empresários e o Conselho estadual de Turismo, Chapecó providenciou a recepção aos membros do Conselho que visitaram a região. “Somos muito agradecidos pela hospitalidade e acolhimento”, destacou o presidente Ivan Cascaes. O grupo visitou o centro da cidade, os pavilhões da Efapi, o Museu da Colonização de Chapecó, o Centro de Eventos e o distrito do Goyo-en, que fica às margens do Rio Uruguai onde acontecem diversas atividades náuticas. 
 
 
No inicio da visita à cidade de Palmitos, os conselheiros conheceram uma cantina artesanal que investiu na produção do vinho colonial, geleias e queijos. Em seguida, o grupo foi à Casa de Cultura de Palmitos que atende atualmente cerca de 340 alunos que recebem aulas de música e participam de atividades culturais. No local, é possível visitar a exposição “Amor à Moda Antiga”, com retratos de casamentos do século passado. O grupo também se dirigiu às margens do Rio Uruguai, na localidade de Ilha Redonda, onde conheceu uma pousada e um  hotel de águas termais que recebe cerca de 25 mil pessoas por ano.
 
 
Outro município contemplado com a visita do Conselho Estadual de Turismo foi São Carlos, que tem cerca de 10 mil habitantes. Um dos principais atrativos da cidade é o Balneário de Pratas, às margens do Rio Uruguai. Quem visita a cidade também pode conhecer a Igreja Matriz e a Casa de Cultura (inaugurada em 2012, já recebeu cinco mil visitantes). Além dos empreendimentos privados que focam no hidrotermalismo, a prefeitura trabalha na construção do Parque Aquático Termal de São Carlos. Em uma rápida passagem pelo município de Águas de Chapecó, os conselheiros visitaram um parque aquático tradicionalmente conhecido na região. Autoridades locais que receberam o grupo destacaram a importância econômica das águas termais para a cidade.
 
 
ÁGUA SULFUROSA
 
Empresários da pequena cidade do interior do Oeste estão investindo na padronização da arquitetura com o intuito de atrair mais visitantes. A cidade também aposta em seu produto mais nobre: a água sulfurosa, reconhecidamente eficaz no tratamento de doenças da pele. essas iniciativas foram apresentadas ao Conselho Estadual de Turismo na última etapa da reunião itinerante. “O sol e o mar sempre foram as preferências dos turistas. Com essa visita, pudemos perceber que o Oeste também tem potencial e está mostrando seu valor”, afirmou o presidente Ivan Cascaes.
 
 
PARCERIA TURÍSTICA
 
Com a presença de representantes de 110 postos revendedores de combustíveis de Porto Alegre, cerca de 40% do total de 281 associados ao Sulpetro – Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do RS, foi assinado termo de cooperação entre a entidade e a Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR) para a criação de Pontos de Orientação e Informação Turística (POINTs) nos estabelecimentos. O objetivo é facilitar o acesso dos visitantes da Copa 2014 à informação turística e a materiais de orientação na cidade, estimulando a visitação a atrativos e o maior permanência do turista na Capital.
 
Clique na imagem para ampliá-la
 
A parceria, inédita no país, foi assinada pelo secretário municipal de Turismo, Luiz Fernando Moraes, e o presidente do Sulpetro, Adão Oliveira. A participação dos postos será por adesão espontânea. Atualmente, existem oito POINTs na capital instalados neste sistema compartilhado. Eles funcionam na Vinum Enoteca, no bairro Moinhos de Vento, na sede da Aerolíneas Argentinas, Café da Praça Otávio Rocha, Café Chaves, na sala vip da Ouro e Prata que atende na Estação Rodoviária, no terminal hidroviário da Catsul, todos no Centro Histórico, na Pousada do Parque, no bairro Menino Deus, e no Instituto de Cardiologia, bairro Santana.
 
 
OMT
 
Em diversas datas do ano a Organização Mundial do Turismo (OMT) reúne os seus membros afiliados para debater sobre as principais tendências do setor turístico e possíveis preocupações. Eduardo Zorzanello participará da 1 ª Conferência de Membros Afiliados da OMT sobre abordagens inovadoras para superar a sazonalidade: o Punta del Este Prototype. Zorzanello apresentará o case Gramado contra a sazonalidade e ainda mostrará o potencial turístico da cidade. Sazonalidade A questão da sazonalidade tem sido visto como um problema econômico por muitas décadas, mas na realidade ele tem manifestações ambientais e sócio- culturais, além das dificuldades econômicas bem documentados que ela representa para destinos turísticos em geral.  A sazonalidade é um grande problema para a maioria dos destinos no mundo, que sofrem flutuações significativas na visitação durante o ano. 
 
Clique na imagem para ampliá-la
 
Gestores de destinos, profissionais de marketing , empresas de turismo e outras partes interessadas afetadas por ela precisa encontrar formas inovadoras e criativas de superar essas oscilações , apoiando o desenvolvimento sustentável de seus destinos. Gramado apresenta um contexto muito amplo contra este “problema”, através de diversas ações, principalmente de seus eventos. Antes considerada um destino de inverno, Gramado obtinha público em grande escala apenas em julho e agosto, agora, com eventos como Natal Luz, Chocofest, Festa da Colônia, Festival de Cinema, Festival de Turismo de Gramado, entre outros, que fazem a cidade receber milhares de turistas em todos os meses do ano. Segundo Zorzanello, esta é uma grande oportunidade para Gramado e para o Brasil: “Trata-se de um momento ímpar e especial para poder aproveitar a experiência exitosa de Gramado no combate a sazonalidade. É um importante fórum, onde poderemos divulgar a cidade para autoridades do setor turístico da Europa, da América do Norte e da América Latina”, ressaltou.
 
 
HARLEY DAVIDSON EM CANELA
 
Clique na imagem para ampliá-la
 
Nesse final de semana, um grupo de motociclistas estarão percorrendo as ruas de Canela e os principais pontos turísticos do município, em cima das motos da marca Harley Davidson.  O National (Harley Owners Group) Rally 2014, que acontecerá nos dias 1°,02 e 03 de maio, está com mais de 600 inscritos. O evento é promovido pela marca americana e exclusivo para os membros do H.O.G., clube de proprietários de motos da marca. Está programado para acontecer sábado, dia (3), a partir das 10h, o desfile de motos tradicional em todos os encontros promovidos pela marca, e a parada para a foto oficial do evento será na belíssima Catedral de Pedra, que é considerada uma das sete maravilhas do Brasil.  Durante o desfile, as rótulas e vias de acesso no sentido da Av. Oswaldo Aranha com a Felisberto Soares estarão fechadas. O evento é promovido pelo National H.O.G. Rally com apoio da Prefeitura Municipal de Canela.
 
 
WTM 2014
 
Clique na imagem para ampliá-la
 
A Secretaria Municipal de Turismo, através do secretário, Leandro Oliveira, e do turismólogo Moisés Souza participaram da 2° edição da World Travel Market Latin América, em São Paulo. A feira aconteceu nos dias 23 a 25 de abril , sendo considerada o principal evento mundial de turismo e negócios da América Latina. Canela esteve presente no evento, divulgando os atrativos e eventos da cidade, com um estande, em conjunto com as Secretarias Municipais de Turismo de Porto Alegre, Gramado, Caxias do Sul , Bento Gonçalves e a Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Sul. O WTM aconteceu simultaneamente com o 41° Encontro Comercial Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo).“Com o objetivo de divulgar ainda mais a marca Canela, fomentando o turismo do Município, estreitando e fortalecendo o relacionamento com as principais operadoras de turismo do Brasil, é de extrema importância a cidade participar de feiras como essa”, relata o secretário Leandro Oliveira.
 
 
FLORIANÓPOLIS - BUENOS AIRES
 
 
A partir de agosto a Aerolíneas Argentinas começará a operar voos diários entre Buenos Aires e Florianópolis. A empresa já solicitou a permisão da ANAC (Agência Nacional de Aviação), cuja aprovação já está praticamente certa. Os voos serão serão operados em aeronaves Embraer E190 da Austral. Atualmente a companhia opera um voo semanal entre ambas cidades, sempre aos sábados em Boeing 737-700NG desde o Aeroparque Jorge Newbery como AR1272, que permanecerá. O incremento dos voos da Aerolíneas Argentinas em Florianópolis se soma a crescente presença da companhia no Brasil, que atualmente opera 88 voos semanais entre ambos países. 
 
TRANSFER EM BUENOS AIRES
 
 
Falando nisso, o amigo Anderson Letti, brasileiro que há algum tempo vive em Buenos Aires, está trabalhando em uma empresa de translado de turistas brasileiros em Buenos Aires. Todos os táxis da empresa são novos, amplos e autorizados pelo governo da Ciudad Autônoma de Buenos Aires. A empresa tem mais de 10 anos de experiência e os motoristas que fazem os traslados falam muito bem português. Abaixo lhes deixo nossos contatos de site e Facebook para que possam nos conhecer melhor. Fica mais fácil agora fazer o trasnfer entre Ezeiza - Hotel, Aeroparque - Hotel, Zoológico de Lujan, City Tour para os pontos turisticos mais visitados com total autonomia dos turistas na adminstraçao do tempo em cada ponto, Parque Temaiken, tour de Compras pelos Outlets de Palermo e Córdoba e aos shoppings desejados pelo cliente.
 
 
O Anderson fornece todo o suporte que os clientes precisam, seja por chamada telefônica, Whatsapp ou e-mail para qualquer dúvida, sugestão ou problemas que possam ocorrer durante a estadia. Também oferece câmbio de reais de maneira segura e confiável. A vantagem de trocar com ele é sua cotação é melhor que a oficial e mais segura que a dos "arbolitos" que estão na rua Florida. Vale informar que a cotação oficial hoje é de R$ 1,00 -> AR$ 2,58, enquanto que a dele é de R$ 1,00 -> AR$ 4,00. Mais detalhes através dos links Site: http://www.taxitourbuenosaires.net e Facebook: https://www.facebook.com/taxitour. 



terça-feira, 29 de abril de 2014

TODA CIDADE É HISTÓRICA, MAS É PRECISO TAMBÉM QUE SEJA TURÍSTICA - por João Zuccaratto


TODA CIDADE É HISTÓRICA, MAS É PRECISO TAMBÉM QUE SEJA TURÍSTICA
João Zuccaratto - Jornalista especializado na promoção do turismo baseado na cidade de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Maurício Galvão de Medeiros: Exemplo de pessoa multitarefa: engenheiro civil, professor universitário, empreendedor no turismo, secretário municipal. O empresário e empreendedor Maurício Galvão de Medeiros chegou ao turismo, podemos dizer, por acasos do destino. Ele é neto de Porfíria Medeiros, simples dona de casa semianalfabeta, e do operador de telégrafo Mário Gonçalves de Medeiros. Moradores da cidade de Acari, e tendo recursos que mal davam para sobreviver, conseguiram formar “doutor” seus 12 filhos, em diversas profissões.

Um deles foi Genival Pires de Medeiros, que tornou-se engenheiro estudando na cidade de Recife, capital do Estado do Pernambuco. Enquanto fazia a faculdade, para visitar os pais, gastava praticamente uma semana na viagem de ida e outra, na volta. Diplomado, já funcionário público, casou com Edith Medeiros. Um dos filhos deste relacionamento é Maurício, que também fez o curso de Engenharia. Sempre ouvindo do pai que deveria se arriscar nos negócios, e não se acomodar como empregado, ainda estava nos primeiros anos da faculdade quando iniciou a construção de casas para vender. Ao se diplomar, já tinha percorrido um longo caminho neste segmento, tocando sua empresa com bastante vigor. Ao mesmo tempo, tornou-se professor da Universidade Estadual, cargo que ainda mantém.

Há pouco mais de 30 anos, num momento em que o setor de financiamento para imóveis residenciais entrou em crise, buscou uma saída para não paralisar suas atividades. Como havia crédito para investimentos em hotéis, sendo proprietário de um terreno de frente para o mar na cidade de Olinda, contratou um arquiteto e buscou os recursos necessários para fazer um empreendimento diferenciado. 

O resultado é o Hotel Costeiro, erguido com planejamento profissional para ser operado com o menor número de empregados possível. A administração estava entregue a um cunhado, também sócio na empreitada. Com o falecimento deste, e a não recuperação do mercado imobiliário, Maurício teve que assumir a gestão do negócio, apanhando bastante da complexidade que a atividade apresentava. Nem bem tinha se aprumado quando se vê atingido por um redemoinho de novos problemas. Sua jovem esposa Ana Regina A. Lima de Medeiros, com a qual tinha uma filha com apenas quatro anos de idade, é diagnosticada com câncer. A luta em busca da cura foi intensa, inclusive com diversas viagens ao exterior, atrás dos melhores e mais avançados centros médicos do mundo.

Como o final foi inglório, Maurício viu-se às voltas para criar sozinho o fruto daquele relacionamento. Dividindo-se entre os afazeres de pai e hoteleiro, usou sua experiência de planejador para dar conta do recado. Assim como em todas as suas outras atividades, também teve sucesso nesta. Sua “menininha”, agora já adulta, e fazendo curso superior, é, sem sombra de dúvida, seu maior orgulho.

Nos últimos anos, o destino deu duas novas reviravoltas em sua vida. A primeira foi como membro da Associação Comercial de Olinda, atuante nas reuniões de formação da plataforma de trabalho do então candidato a prefeito do Município, Renildo Calheiros. E, nesta condição, era dos que mais cobravam a criação da Secretaria de Turismo, caso a chapa fosse a vencedora nas eleições de 2008. Vencido o pleito, antes da posse, relembrou o compromisso ao novo prefeito. Este garantiu cumprir o prometido, e que o secretário seria ele, convite para qual não aceitava resposta negativa. “Acho que, de tanto eu cobrar a Secretaria, o prefeito, para se vingar, me intimou a assumir o novo órgão. E isto só foi possível graças à segunda reviravolta do destino, recentemente, na minha vida.” Ele refere-se à oportunidade de ter conhecido sua nova esposa, Márcia de Carli de Paula Medeiros. Profissional altamente qualificada, domina cinco idiomas e chegou a tornar-se executiva na área de recursos humanos de empresas de ponta no Brasil e no exterior. Ela assumiu a direção geral do Hotel Costeiro e isto permitiu que Maurício passasse então a dedicar tempo à administração pública.

Atualmente, além da cogestão do Hotel Costeiro e responder pela Secretaria de Turismo do Município de Olinda, acumula duas outras novas responsabilidades. É presidente da Associação Brasileira das Cidades Históricas Turísticas e vice-presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial. Ou seja: exemplo pronto e acabado de pessoa multitarefa —sem se estressar por isso.

Maurício: buscando qualificação para o turismo o Município de Olinda, cidade do litoral do Estado do Pernambuco. Clique na imagem para ampliá-la

Entrevista especial com Maurício Galvão de Medeiros - Presidente da Associação Brasileira das Cidades Históricas Turísticas e vice-presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial

Olinda - Clique na imagem para ampliá-la

A Associação Brasileira das Cidades Históricas Turísticas — ABCHT e a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial — OCBPM são duas novas entidades a integrar o quadro de instituições buscando desenvolver o turismo no País. Criadas durante a Marcha dos Prefeitos, ocorrida em julho de 2013, na capital federal, Brasília, e elas passam a representar dois dos mais importantes universos de atração de visitantes nacionais e estrangeiros. Nesta entrevista, Maurício Galvão de Medeiros, atual secretário de Turismo do Município de Olinda, cidade do Estado de Pernambuco, como presidente da primeira e vice-presidente da segunda, nos conta os motivos e relata o processo que levou à fundação das mesmas. Uma semente plantada no momento em que se percebeu que todas as cidades históricas brasileiras, sejam Patrimônio da Humanidade ou não, têm uma pauta de problemas e reivindicações de enorme similaridade.

Comece explicando a caracterização de “históricas turísticas”. Histórica já não é turística? E por que a criação de duas entidades tão semelhantes?

Tem-se a percepção incorreta de cidade histórica ser só aquela muito antiga, cheia de casarões dos séculos XVI, XVII, XVIII. Isto é incorreto. Toda cidade é histórica, mesmo as bem jovens. Brasília, com 60 anos, e Palmas, com 25, por exemplo, têm história. É claro: as fundadas no período colonial, no Império, trazem acervos riquíssimos em termos de imóveis, monumentos, equipamentos. E estes conjuntos são importantes na atração de visitantes. Mas a cidade precisa estar preparada para isto. Somente ser histórica não é suficiente. Ela tem de estar preparada para receber bem aquele que a procuram. Quanto às duas entidades, é que as tombadas como Patrimônio da Humanidade têm realidades um pouco diferentes das demais. Elas estão sujeitas a uma legislação de âmbito mundial, o que não ocorre com as demais. E a denominação alinhar com a representação em termos internacionais. Existem a Organização Mundial das Cidades Patrimônio da Humanidade, e também a Organização Latino-americana. Faltava ser criada a do nosso País. Afinal, somos uma das Nações mais aquinhoadas neste segmento. 

Como surgiu a ideia de se criar entidades específicas para representar as cidades históricas e aquelas tombadas como patrimônio da humanidade?

Clique na imagem para ampliá-la

Tinha acabado de assumir a Secretaria de Turismo de Olinda, quando recebi a visita de Ricardo Martini Moesch, na época diretor do Ministério do Turismo. 
Ele veio apresentar diversos programas desenvolvidos pelo Governo Federal à disposição dos Municípios interessados em desenvolver o turismo como fonte de criação de empregos, geração de renda e melhoria da qualidade de vida de suas populações. Conversa vai, conversa vem, no momento em que resumi a série de problemas que precisávamos superar para nos tornarmos, realmente, uma cidade turística, ele declarou: “Noto que as necessidades e os desafios de Olinda são os mesmos das diversas outras cidades históricas brasileiras que já visitei.” E, de imediato, propôs: “Por que não promovemos aqui um encontro para debater em conjunto os problemas do turismo nas nossas cidades históricas. Você fornece o local e a hospedagem dos palestrantes e nós, lá pelo Ministério, divulgamos e direcionamos os convites a todos os possíveis interessados.” Topei na hora e, poucos meses após, reunimos 30 representantes Municipais de todo o País.

Como associações não nascem de um dia para o outro, acredito que este encontro serviu como estopim deste processo. É isto mesmo que ocorreu?

Paranaguá - clique na imagem para ampliá-la

Este nosso primeiro encontro, batizado de 1º Fórum de Turismo, Preservação e Desenvolvimento Econômico e Social, ocorreu de 18 a 20 de junho de 2009. 
Contou com representantes de 41 Municípios, de diversos Estados brasileiros. Os palestrantes abordaram temas tendo tudo a ver com as realidades vividas 
por nós. Após debatermos algumas das necessidades mais prementes de todas as cidades históricas nacionais, incluindo aquelas Patrimônios da Humanidade, definimos alguns parâmetros para focar a nossa atuação. Primeiro que, antes de formalizarmos uma entidade para defender e lutar por nossas reivindicações, deveríamos nos reunir mais vezes, inclusive para agregar mais representantes para a causa. E já ali saiu o convite, aceito por todos, de nos encontrarmos outra vez na cidade de Paranaguá, no litoral do Estado do Paraná. Também reunimos num documento, ao qual denominamos então de “Carta de Olinda”, o resultado daquela assembleia. Os itens ali resumidamente delineados permitiam tornar público o movimento, no intuito de agregar novas forças à luta agora iniciada.

Sem alongar muito, é possível detalhar estes itens? Pelo menos aqueles mais significativos, com mais facilidade de ser entendido por pessoas comuns.

Na verdade, os pontos foram definidos como eixos para se desenvolver as ações voltadas ao crescimento da atividade turística de modo sustentável. Como, por exemplo, criação de política nacional contemplando as diversidades materiais, históricas e culturais. Fazer um Planejamento Estratégico, definindo prioridades de curto, médio e longo prazos. Dar ênfase à melhoria da qualidade dos serviços prestados por empreendedores de todos os portes. Capacitação permanente para guias de turismo e cobrar destes sua regulamentação profissional. Incentivar a criação de receptivos especializados. Compilar um inventário nacional do que possuímos, de maneira completa, em modelo capaz de mantê-lo dentro da maior atualidade possível, de modo a facilitar a promoção desta nossa riqueza. Instalar sinalização interpretativa, em pelo menos dois idiomas. Melhorar instâncias de governança, incentivando a criação de conselhos. Criar um fundo nacional de fomento à atividade, com liberação dos recursos atrelada a ações de cidadania: preservação da natureza, acessibilidade a todos os ambientes. E outros mais.

O segundo encontro ocorreu quatro meses depois. Houve avanços significativos neste intervalo? O que trouxe a “Carta de Paranaguá”?

Se antes realizamos um fórum, agora foi o 1º Encontro de Cidades Históricas e Turísticas Nacional, ocorrido de 7 a 10 de outubro de 2009. Houve a presença de representantes de 27 Municípios. Pontos da “Carta de Olinda” foram temas de debate nesta nova oportunidade, como o inventário e a sinalização. Ao final, a “Carta de Paranaguá” voltou a enfatizar itens do documento anterior e deu à luz novos. Dentre estes, destacamos a construção de critérios para delimitar quais são as cidades históricas e turísticas do Brasil; criação de Comissões de Filmes nos destinos que serviram ou venham a servir de cenários de audiovisuais, de forma a potencializar este tipo de divulgação e promoção, condicionando a autorização para captação das imagens a créditos específicos na obra pronta; e, integração do inventário turístico com os levantamentos desenvolvidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan. Uma vertente interessante foi incorporar a este novo debate o turismo religioso. Afinal, muitas das nossas cidades históricas e turísticas são também destinos deste segmento.

Fale um pouco do terceiro encontro, mais ou menos como a abordagem dos anteriores. Em que cidade e quando ocorreu? E, claro, sobre as decisões.

Pineápolis - Clique na imagem para ampliá-la

A terceira reunião, que foi o 2º Encontro de Cidades Históricas e Turísticas Nacional, aconteceu em Pirenópolis, no interior do Estado de Goiás. Ele ocorreu entre 8 a 10 de julho de 2010, atraindo a presença de representantes de 28 Municípios. Os debates evolveram temas como patrimônio cultural, importância dos museus, classificação hoteleira, turismo ferroviário, direitos do consumidor, formalização do microempreendedor individual e PAC das cidades históricas. Já “Carta de Pirenópolis” elencou necessidades como a preservação da memória das reuniões, formação de rede virtual específica para compartilhar experiências das cidades históricas turísticas, padronização de ferramentas digitais voltadas a planejamento a serem utilizadas pelo grupo que vem participando dos encontros, estudos de carga para evitar impactos negativos aos pontos de visitação, criação de legislação voltada à restauração de posses privadas, integração das categorias riqueza natural, bem material e patrimônio imaterial, aproveitamento econômico do uso cênico dos espaços e formatação de projetos em busca de financiamento.

Após Olinda, Paranaguá e Pirenópolis, houve mais quantas reuniões e onde foram desenvolvidas? Há decisões e posições passíveis de serem destacadas?

Belém do Pará - Foto Jeff Severino - Clique na imagem para ampliá-la

Estivemos em mais quatros pontos do País: Santos, no litoral do Estado de São Paulo, de 24 a 27 de novembro de 2010; Belém, capital do Estado do Pará, de 28 a 30 de abril de 2011; Juazeiro do Norte, interior do Estado do Ceará, de 1º a 3 de setembro de 2011; e, por fim, em Santa Maria, no interior do Estado do Rio Grande do Sul, de 11 a 14 de abril de 2012. Em todas elas, os temas debatidos versaram sobre as realidades vivenciadas no universo que representávamos, e seria tedioso continuar citando uma a uma. Se houver interesse de alguém por mais detalhes destas discussões, podemos enviar cópias das “Cartas” redigidas ao final de cada encontro. É preciso salientar ter sido formulada em Santa Maria a proposta de fundação de uma entidade jurídica voltada à defesa dos interesses das cidades históricas turísticas. E uma comissão eleita teve uma semana para apresentar a minuta do Estatuto necessário à regularização da nova organização. 

Este documento seria votado no próximo encontro. Ele aconteceria em São Luís, capital do Estado do Maranhão, com previsão para acontecer em novembro.Esta comissão cumpriu o prazo? O Estatuto foi aprovado no final de ano? O que de mais importante aconteceu quando do encontro no Maranhão?

Infelizmente, por razões as mais diversas, a reunião programada para a bela cidade de São Luís não pode ser realizada. De todo modo, a íntegra do Estatuto foi repassada a todos os interessados, via mensagem eletrônica. Contribuições e observações recebidas foram integradas ao texto. E começamos uma articulação para nos encontrarmos e aprovarmos em Assembleia. Os esforços começaram a resultar positivamente já quase no final do ano. Como a ideia era fazer a reunião em Brasília, e precisávamos da presença do ministro do Turismo, Gastão Vieira, surgiu um novo contratempo. Falava-se sobre a substituição deste último para qualquer momento, e fomos adiando, adiando... O ano de 2013 já estava quase em sua metade quando o ex-prefeito de São Miguel das Missões, Mário Augusto Ribas do Nascimento, trouxe uma solução: aproveitar a Marcha dos Prefeitos para pôr fim ao nosso dilema. Ela aconteceria em julho e corremos para articular nossa presença na Capital Federal para debater, aprovar e votar o texto final.

O que levou o ex-prefeito Mário Augusto Ribas do Nascimento a envolver-se neste processo? Ele, como se diz, “caiu de paraquedas”, de repente?

Ouro Preto - Clique na imagem para ampliá-la

De jeito algum! Esteve presente quando estivemos em Santa Maria e nos apoiou o tempo todo. Ele ocupa a Diretoria de Turismo da Confederação Nacional dos Municípios, a CNM, e o que defendemos é de interesse daquela entidade. Marcamos a reunião, convocamos o pessoal, tivemos quórum, debatemos todos os pontos, votamos e criamos as duas entidades. E o melhor: a CNM nos concedeu sala, funcionário e infraestrutura administrativa para operar inicialmente sem custo algum. Por deferência especial dos colegas, fui convidado a participar das duas Diretorias. Aceitei ser o presidente da das Cidades Históricas Turísticas e vice das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial. O presidente desta é José Leandro Filho, ex-prefeito do Município de Ouro Preto, no interior do Estado de Minas Gerais. Formalizamos o registros junto aos órgãos necessários, como Cartório e Receita Federal. E agora é trabalhar para alcançar os objetivos expressos nos Estatutos. Faremos as primeiras Assembleias oficiais das duas entidades o mais breve possível.

Olinda - Clique na imagem para ampliá-la

• • •

Resumo dos objetivos da Associação Brasileira das Cidades Históricas Turísticas e da Organização Brasileira das Cidades Patrimônio Mundial nos 

Municípios representados, aqui apresentados em ordem alfabética: 

• Apoiar, desenvolver, gerir, organizar e planejar estudos, pesquisas e projetos

• Auxiliar Poder Público na tomada de decisões de fomento ao turismo

• Combater o trabalho forçado, o trabalho infantil, a exploração do homem

• Combater todo tipo de discriminação: sexual, racial e social etc.

• Contribuir para implementar a Política Nacional de Turismo

• Contribuir para o combate à pobreza e à desigualdade social

• Delinear estratégias para os desafios de gestão e conservação

• Desenvolver o turismo e auxiliar no desenvolvimento econômico e social

• Promover a cultura, a defesa e a conservação do patrimônio histórico e artístico 

• Apoiar ações em relação aos Programas Nacional de Turismo e Cultura

• Promover as cidades históricas e seus produtos e serviços turísticos

• Promover e apresentar sugestões e alternativas ao Poder Público

• Promover e representar os associados em interesses do segmento

• Promover o aperfeiçoamento técnico dos associados

• Promover o intercâmbio de experiências e informações

• Promover os direitos da criança, do adolescente e da mulher

• Promover os direitos da melhor idade e daqueles com necessidades especiais

• Promover os direitos das pessoas portadoras de deficiência

• Promover valores universais: ética, paz, cidadania, direitos humanos...

João Zuccaratto - Jornalista especializado na promoção do turismo baseado na cidade de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo