21º FESTIVAL INTERNACIONAL DE BONECOS DE CANELA - RS
por Jefferson Severino - Jornalista - Abrajet SC
A exemplo dos outros eventos realizados aqui na Serra Gaúcha, tais como o Festival de Cinema, Páscoa, Natal Luz, Chocofesta, Festa do Colono..., tudo funciona em perfeita sincronia, fortalecendo imensamente o turismo, que por essas bandas e levado a sério. Não existe amadorismo e é exatamente por isso que da certo. Uma sincronia perfeita entre comunidade, poder público e privado. Todos ganham, principalmente nós turistas.
O festival de bonecos é o momento onde a comunidade local e a comunidade que visita a cidade consegue rir, chorar, brincar, aplaudir, modificar-se, já que os bonecos representam magia, conscientização, transformação, união entre povos. Diversas são as trupes estrangeiras e nacionais demonstrando seus talentos. No gesto, na palavra o boneco prende nossos olhares, nossos pensamentos, nossos sentimentos. E tudo isso provoca mudanças significativas nas pessoas. Segundo o prefeito de Canela Constantino Orsolin, o festival, além de tudo, significa mídia, projeção, trabalho e renda.
A cada ano o evento se supera e a cada ano Canela mostra sua capacidade de produzir esse que é um dos eventos mais importantes e que resulta no encantamento e fidelidade do público que se aglomera tantos nas ruas, nas praças públicas e nos teatros. Das crianças aos adultos. A cidade se transforma num imenso palco ao ar livre. "Tu compartes teu reino", disse Efigênia Rolim, a Rainha do Papel de Bala. Quando os bonecos chegam à cidade, às crianças, os jovens e os avós param sentam e está aberto o ritual do contador de histórias. Figura mítica, caminhante, biblioteca viva na tradição bonequeira. Entrega sua corporeidade para aprender e ensinar a história e a cultura de seu povo. Nelson Hass, coordenador de Programação do Festival lembra o que falou o mestre titiritero Javier Villafañe: "Um homem pode viajar com seus sapatos e não precisa de asas para voar". Voemos com os bonecos.
Na solenidade de abertura de ontem aplaudimos de pé Valéria Guglietti, vinda da Espanha, com seu fenomenal espetáculo "No toquem mis manos". Após o espetáculo conversei com ela nos bastidores e ficou claro a imensa paixão que ela tem pela arte, que tornou-se universal. Não precisou de palavras para dar seu recado. Através das sombras geradas pelas suas mãos, todos saíram encantados o Teatro Municipal. Precisaria não de um jornalista que sou para narrar o que presenciamos, mas sim de um poeta para em seus versos descrever tamanha beleza.
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