terça-feira, 1 de julho de 2014

VOLTA AO MUNDO - por Nelci Terezinha Seibel



Cruzeiros voltam a São Francisco do Sul

Um dos navios da Pullmantur
Para os que ainda estão desiludidos com a ausência de navios de cruzeiros em São Francisco no verão passado, uma boa notícia: seis escalas já estão confirmadas para dezembro. Será o navio Zenith, da Pullmantur, com capacidade para 1.800 passageiros e 620 tripulantes, o que significa cerca de 10 mil pessoas na temporada. A conquista dessas atracações deve-se ao trabalho do prefeito Luiz Zera durante a Seatrade, feira internacional do ramo que acontece em Miami. Queremos acreditar que, as obras do píer sigam firmes para receber o navio em dezembro, porque até agora só existe a parte em terra e o resto continua descansando no papel.  

Turistas estrangeiros em Joinville

Para quem esperava grande número de turistas em Joinville em função da Copa, pelo menos  106 equatorianos, que veio para assistir ao jogo em Curitiba, ficaram hospedado em Joinville. As Centrais de Atendimento ao Turista (CATs) e os hotéis da cidade, registraram também a presença de visitantes argentinos, chilenos, paraguaios, canadenses e suíços. Hotéis com tarifas mais acessíveis e segurança, foram os principais atributos que atraíram turistas estrangeiros para Joinville e a média de permanência dos hóspedes foi de dois pernoites.

Citytour para profissionais

Na última terça-feira o Convention Bureau de Joinville realizou um Citytour com um grupo de profissionais da área de turismo, para conhecerem melhor o que a cidade tem a oferecer aos visitantes. O tour passou pelo Orquidário Purpurata, seguindo para almoço no Park Perini. Logo após, o grupo visitou o novo espaço do Zoobotânico, museus e o Mercado Municipal.

Natureza é tema do Viva Turismo

O oitavo módulo do projeto Viva Turismo, "Joinville Turismo e Natureza", aconteceu na última quinta-feira (26/6), levando os participantes a uma experiência nas áreas rural e náutica de Joinville. Na área rural, uma das paradas foi na propriedade Vale do Ouro, região do Piraí, onde existem cachoeiras e trilhas, parques aquáticos e pesque-pague, tendo como pano de fundo montanhas, rios e vastos arrozais. Para quem curte se exercitar junto à natureza, a região oferece roteiro de cicloturismo. Em seguida, o passeio continuou pelo Quiriri, em meio à Mata Atlântica onde existem quedas d'água, orquídeas e pássaros habitam as árvores. Em harmonia com a natureza, casas em estilo europeu e acolhedores chalés para hospedagem encantam os visitantes nesta região. E para finalizar, o tour levou a uma visita à área náutica de Joinville. O bairro Espinheiros, localizado às margens da Baía Babitonga, que concentra diferentes atrações como gastronomia de frutos do mar, passeios de barco, além do recém inaugurado Parque Porta do Mar. O módulo do Viva Turismo, Joinville Turismo e Natureza foi ministrado pela especialista em Educação Ambiental, Izabela Pacheco Cardoso, atualmente guia de turismo e aventura e consultora de turismo e meio ambiente.

Domingos Musicais

Neste domingo (6), como todo primeiro domingo do mês, haverá mais uma edição dos Domingos Musicais, na Casa da Memória/Cemitério do Imigrante, Rau XV de Novembro, 1000. O início é às 10h30, com acesso gratuito. 

Campeonato Brasileiro de Hipismo

Amazona em ação

De 1o a 6 de julho Joinville sediou, no Joinville Coutry Club, o Campeonato Brasileiro de Hipismo – Categorias Minimirim, Pré-mirim e Mirim, considerado um dos principais eventos do esporte no país. Estiveram na cidade 130 atletas provenientes das Federações de todo o Brasil, incluindo representantes dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas, Mato Grosso Paraná e Distrito Federal. Cerca de 2.500 pessoas frequentaram o certame por dia. 

Governador de Santa Catarina visita Nova Trento

Na última segunda-feira (23) esteve em Nova Trento, no Bondinhos Aéreos Parque Colina, o governador do Estado Raimundo Colombo para inaugurar a pavimentação da rua Nicolau Nicolodi, que dá acesso ao parque e também ao complexo do Santuário de Santa Paulina. Além do governador participaram do ato o diretor do Parque Colina, Aristides dos Santos Júnior; o secretário de Estado a Infraestrutura, João Carlos Ecker; o prefeito da cidade, Gian Francesco Voltolini e ainda a diretora do Santuário, irmã Maria Adelina da Cunha e o empresário Júlio Tedesco, presidente do Grupo Tedesco e investidor do empreendimento. A obra de pavimentação realizada no trecho de cerca de 600 metros irá beneficiar os mais de 5 mil visitantes que o Parque Colina recebe por mês além de funcionários e moradores da cidade. Durante a visita, Raimundo Colombo também assinou a ordem de serviço no valor de R$ 2,5 milhões para a pavimentação do acesso ao Morro da Cruz, onde está localizado o Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro.

O empreendimento Bondinhos Aéreos


Com uma área total de 30 mil m², o Bondinhos  Aéreos Parque Colina consiste em um complexo voltado ao turismo religioso e convencional. Além de suas inúmeras opções de lazer, os bondinhos aéreos transportam os visitantes ao topo do morro da Colina, localizado em frente ao Santuário Santa Paulina, na cidade de Nova Trento. Outro destaque é o 1º Museu de Cera Sacro do país onde estão expostas as estátuas do São João Paulo II e da Santa Paulina, a primeira Santa do Brasil. O parque é aberto ao público de terça a domingo, das 9h às 18h, e a bilheteria fecha às 17h30min. O valor do ingresso é de R$ 24,00, com meia entrada de R$ 12,00. Saiba mais em : www.parquecolina.com.br.


O ILS está em operação 

Após quatro anos de muita espera e insistência, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) homologou na última quinta-feira (26) a operação do ILS (Instrument Landing System) no aeroporto de Joinville. Um avião da Gol operou com o uso do equipamento no final do mesmo dia. Com essa conquista a cidade terá condições de receber mais voos, porque o aeroporto é uma referência importante para o desenvolvimento para a Joinville. Segundo o superintendente do aeroporto, Ronis Heidemann, o ILS proporciona  um ganho de 61% na performance dos pousos, ou seja, de cada 100 pousos abortados por questão de mau tempo, 61 serão possíveis com esse sistema.

Eventos Brasil 2014

Estão abertas as inscrições para o Eventos Brasil 2014 – 26º Congresso Brasileiro de Empresas e Profissionais de Eventos, nos dias 7 e 8 de dezembro, no Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista, com o tema central “Revendo conceitos e conectando pessoas”. A expectativa da organização é reunir cerca de 1.000 profissionais dos mais de 50 segmentos que formam a cadeia produtiva do setor, entre participantes e visitantes. As inscrições já podem ser realizadas no site: www.eventosbrasil.org.br.

ABEOC com ministro do Turismo 

Anita Pires com Vinicius Lages
A presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos – ABEOC Brasil, Anita Pires, esteve reunida com o ministro do Turismo, Vinícius Lages, no dia 10 de junho, para discutir sobre uma política público-probada de uso da infraestrutura criada para a Copa do Mundo após o evento, a necessidade de revisão do modelo de gestão da Embratur, a inclusão do setor de eventos no PAC do Turismo e o apoio do Ministério ao Eventos Brasil e o Congresso da COCAL, eventos que a ABEOC Brasil irá realizar em dezembro deste ano e março de 2015, respectivamente.

ABEOC Brasil no Distrito Federal 

A Associação Brasileira de Empresas de Eventos – ABEOC Brasil nomeou três associados para representar a entidade junto aos órgãos públicos e trade do Distrito Federal. Este é o primeiro passo para a reativação da regional da Associação na capital do país, o que deve ser formalizado em até dois meses. O documento de nomeação de 13/06 relaciona Godofredo Martins (Contato Eventos), Melissa Matteo (Comunicato Eventos) e Frederico Araujo Tanure (Win Central de Eventos) como os representantes da ABEOC Brasil no Distrito Federal.
 

ABEOC em Portugal

A famosa Torre de Belém

Neste dia 3 de julho, a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos – ABEOC Brasil, Anita Pires, está em Lisboa para fazer uma palestra na Conferência Eventos do Futuro, inserida na programação do ExpoEventos, tradicional evento português que chega a sua décima edição. A ABEOC Brasil também assinará a renovação do acordo de cooperação e intercâmbio com ExpoEventos.


Inscrições para curso

A Associação Brasileira de Empresas de Eventos – ABEOC Brasil-RS em parceria com a Unisinos promove mais uma turma do curso de extensão “Formação em Gestão de Eventos”, sob a coordenação da presidente da ABEOC Brasil-RS, Ana Cláudia Bitencourt. O curso começa no dia quatro de agosto em Porto Alegre, com encerramento em quatro de novembro. As matrículas podem ser realizadas no site da Unisinos até o dia 01 de agosto. As vagas são limitadas.

Segurança em centros urbanos

Os participantes de eventos e os turistas que visitarem as cidades com a finalidade de acompanharem os jogos da Copa receberão, a partir das próximas semanas, orientações de segurança. O ForEventos – Fórum do Setor de Eventos, do qual a ABEOC Brasil é uma das entidades fundadoras, acaba de criar um informativo com recomendações básicas para que o visitante evite transtornos, especialmente com furtos, comuns em eventos de todos os portes.

19º Encontro da Mulher Rural

Um grupo de mulheres rurais de Joinville

Duzentas e vinte mulheres, integrantes de 17 grupos da região rural do município participaram do 19º Encontro da Mulher Rural de Joinville, realizado no dia 25 de junho, promoção da Fundação 25 de Julho. Na programação houve apresentações culturais, palestras e confraternização com almoço e café da tarde. Iria Salete Vicznevski, coordenadora da área de projetos da Fundação 25 de Julho, diz que o objetivo do encontro deste ano foi o de oportunizar um espaço de integração, cultura e aprendizagem na área da agricultura familiar. “As mulheres terão a oportunidade de aprender e compartilhar experiências na área de geração de renda, saúde e alimentação”, definiu.

A Noite é uma criança

Estão abertas as inscrições para grupos, escolas e academias de todo o Brasil que queiram participar do “A Noite É uma Criança – Mostra de Dança Infantil”. Em Florianópolis a 13ª edição será realizada de 29 de outubro a 2 de novembro, no Teatro Ademir Rosa. Em Joinville ocorrerá pela segunda vez, de 21 a 23 de novembro, no Teatro Juarez Machado. São aceitas coreografias de balé, dança de salão, dança folclórica, danças urbanas, estilo livre, jazz e sapateado. Saiba mais em www.mostradedanca.com.br.

Rodovia Caminhos da Neve

A pavimentação da Rodovia das Neves é obra de emergência
O projeto de pavimentação da Rodovia Caminhos da Neve, SC-114 (antiga SC-430), em São Joaquim, na Serra Catarinense, recebeu no dia 26 de junho mais um reforço: o repasse da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), no valor de R$ 3 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Turismo (Funturismo) para o Departamento Estadual de Infraestrutura - Deinfra. Para o Secretário da SOL, Filipe Mello, a obra vai melhorar o acesso a uma das regiões turísticas de maior destaque do estado. A descentralização é para as obras da segunda etapa. O convênio total prevê o repasse de R$ 7,9 milhões para a pavimentação de mais seis quilômetros da rodovia que liga o município de São Joaquim, na Serra Catarinense, passando pela localidade de São Francisco Xavier, a Bom Jesus, no Rio Grande do Sul.  No lado catarinense, entre São Joaquim e a divisa, o trecho da rodovia, cujo objetivo é integrar as serras catarinense e gaúcha, tem extensão total de 29,4 quilômetros. Esta etapa prevê a pavimentação asfáltica até o Km 14 e terraplanagem até o Km 18, próximo à entrada de São Francisco Xavier, incluindo obras de drenagem, arte corrente (estrutura de bueiros ao longo da estrada) e complementos. Estão previstos 24 meses para a conclusão dessa etapa, cuja execução está sob a responsabilidade do 10º Batalhão de Engenharia de Construção (Ministério da Defesa). A rota Caminhos da Neve deve consolidar o turismo da região, além de impulsionar a economia dos municípios, já que inúmeros produtores rurais utilizam a via para escoar suas produções. No início deste mês, o 10º BEC concluiu as obras do convênio anterior, com o repasse de R$ 6 milhões pelo Governo do Estado, com a pavimentação até o Km 8, um pouco além da entrada para a localidade do Boava. “Com esta segunda etapa, mais de 50% do trecho entre São Joaquim e a divisa com o Rio Grande do Sul estará em obras”, destacou a secretária Regional em São Joaquim, Solange Scortegagna Pagani.

Gestour Brasil

O Webinário (Seminário Virtual) sobre “As atividades das Agências de Turismo na nova Lei 12.974/14”, promovido pela Gestour Brasil, na noite do último dia 18 abordou diferentes aspectos relacionados ao tema. Com a participação dos presidentes da ABAV-SP, Constantino Karacostas; AVIESP, Marcelo Matera; SINDETUR-SP, Eduardo Nascimento e do consultor jurídico da ABAV-SP, Joandre Ferraz, o seminário virtual foi ancorado pelo CEO da Gestour Brasil, Vadis da Silva e contou com 501 inscritos, estando 18% deles sediados no estado de São Paulo e 72% em outros estados. Na oportunidade, a expressiva audiência nacional conheceu o teor de todos os artigos da nova Lei, inclusive aqueles que foram vetados pela presidente Dilma Rousseff, podendo interagir com os palestrantes por meio do envio de perguntas e comentários. A íntegra da Lei e as respectivas contestações aos vetos estão reunidas em um mesmo arquivo (eBook), disponível para download e sem custos no site www.gestoureventos.com.br. O Webinário foi ao ar em tempo real, durante quase duas horas, com a utilização de seis diferentes plataformas tecnológicas; 1.857 curtidas e 302 compartilhamentos no Facebook.  “Ampliamos e fortalecemos a atuação conjunta das agências de viagens em favor das ações empreendidas com sucesso pela ABAV Nacional”, resume o presidente da ABAV-SP. Uma das questões levantadas foi motivada pelo fato da nova Lei proibir que aventureiros atuem no mercado de atividade agora restrita às agências de viagens e operadoras, referente à possibilidade ou não do guia de turismo efetuar a venda de opcionais. Em resposta, Joandre Ferraz esclareceu que a venda dos opcionais pelos guias de turismo é autorizada na medida em que esses guias atuem como prepostos de agências de viagens e operadoras de turismo. Sem fazer isso em nome de uma agência ou operadora, não há possibilidade de ser realizada qualquer venda. É ilegal.

Iate “My Paradis”

Foi lançado o novo iate a motor “My Paradis”, o primeiro 108 pés de três da Tradição Supreme, com novo nível de entrada tri-deck da linha Benetti Class de Deslocamento. O iate estreia oficialmente no próximo Cannes Yachting Festival (09-14 setembro de 2014). Inovações importantes também na sala de máquinas: o iate foi equipado com um novo sistema híbrido que permite navegar, além dos motores principais tradicionais, com dois motores elétricos de 35 kW. Com o lançamento do My Paradis, Benetti lança a nova Tradição Supreme 108', da linha Benetti Class de Deslocamento - iates nas dimensões entre 93'-145'. Ao fazê-lo, Benetti reforça a sua posição de liderança através da nova Tradição Supreme 108' com elementos estilísticos e técnicos extremamente inovadores. Entre estes estão os exteriores assinados por Stefano Righini, inclui três decks e um terraço (sun deck). O sun deck é marca registrada do barco. Roll bar de fibra de carbono, superestrutura na seção superior e hard top foram selecionados para garantir uma estrutura leve, com maior estabilidade. O terraço também é notável por sua circulação, entre outras tantas novidades tecnológicas, práticas de de luxo. Site: www.benettiyachts.it.
 

Kennedy Space CenterTM

Marcos Pontes
O astronauta Marcos Pontes será novamente uma das atrações do Complexo de Visitantes do Kennedy Space CenterTM, entre os dias 26 a 31 de julho, quando o brasileiro participará de atividades junto aos aficionados pelos programas espaciais. 


E, de 10 a 14 de agosto, Pontes estará acompanhado do astronauta Rodolfo Neri Vela (62), primeiro mexicano a viajar pelo espaço, no centro espacial americano localizado perto Orlando, nos EUA, o Kennedy Space Center. Vela também participou de missões cooperadas entre a Secretaria de Comunicação e Transporte (SCT) do México e a NASA. Em 1985, o astronauta voou na missão STS 61-B que levava experimentos de cientistas mexicanos. Durante estes dois encontros, os visitantes do Complexo de Visitantes do Kennedy Space Center terão a grande oportunidade de encontrar um verdadeiro herói do espaço, trocar informações e experiências sobre as carreiras deles e de como chegaram ao posto de astronautas e, também, ouvir relatos emocionantes sobre as sensações de viajar para fora da órbita terrestre. Site: www.KennedySpaceCenter.com

Agronegócio de Ibirama

Decoração especial e cheia de detalhes no Centro de Eventos Ribeirão Taquaras vai receber a 5ª Festa do Agronegócio de Ibirama, Expoagro. O evento uniu há cinco anos as festas que antes eram realizadas isoladamente pelas associações de Ovinocultores, Bovinocultores, Piscicultores, Apicultores e Artesãos da cidade. Hoje é uma das comemorações mais importantes do agronegócio do Alto Vale do Itajaí. “A Expoagro tornou ainda mais representativos todos os setores que atualmente são imprescindíveis para a economia de Ibirama. A festa é o reconhecimento da qualidade do que é produzido no município e no ano passado recebeu mais de 10 mil pessoas de vários lugares do Estado”, analisa o vice-prefeito e presidente da comissão organizadora, Francisco Asbreno Lohn. Jornalistas, autoridades, realeza, candidatas a nova realeza e convidados poderão conferir um pouco da história e dos produtos que serão oferecidos na festa, de 11 e 13 de julho, no Centro de Eventos, sem cobrança de ingressos. Competições como Schneidermüller (Serrador de Lenha) e Holzhacker (Lenhador) são novas novidades. Na programação está ainda a feira de negócios, a exposição e premiação de animais, o concurso de tomadores de chope em balde, os bailes e o melhor da culinária local. Durante a festa serão escolhidas a rainha e a princesa da Expoagro 2015.

Seis eco hostels pelo mundo

Para quem gosta de viajar e não quer gastar muito com hospedagem, além optar por locais ecologicamente corretos, eis a solução. Como a adoção de práticas sustentáveis é um tema recorrente em todo o mundo, a indústria do turismo oferece grande número de estabelecimentos chamados eco-friendly cresce a cada ano.  O Hostelworld Brasil, empresa líder do setor online de reservas de hostels e hospedagens baratas, fez uma seleção de eco hostels pelo mundo para os viajantes adeptos do ecoturismo. Entre os selecionados, estabelecimentos que preservam os recursos naturais, investem em reciclagem, energias renováveis e reflorestamento. Para quem planeja viajar e conhecer novos lugares, vale conferir as sugestões do Hostelworld Brasil para todos os gostos e bolsos.  


Em Edimburgo


Em Edimburgo, na Escócia, o High Street Hostel está instalado em um prédio de 400 anos. O hostel é considerado 100% carbono neutro e conta com sistema total de reciclagem de lixo, além de energia renovável. Fica ao lado da histórica Royal Mile (entre o Castelo de Edimburgo e o Palácio Holyrood), e tem diárias a partir de R$ 55. Saiba mais: http://goo.gl/4vFftP. 

Em Portugal


Aveiro, Portugal, conhecida como a Veneza Portuguesa, é uma cidade totalmente voltada ao turismo, com sua bela faixa litorânea. Lá existe o Aveiro Rossio Hostel, simpático eco hostel instalado em um edifício centenário, no centro da cidade. Foi o primeiro eco hostel de Portugal e durante nove meses do ano, toda a água quente usada é aquecida por painéis solares para economizar energia. As lâmpadas do hostel são econômicas, há reciclagem de vidro, papel e plástico, além de sistemas de economia de água implantadas pelo estabelecimento. As diárias custam a partir de R$ 51. Mais informações: http://goo.gl/xjPEF0. 

Na Austrália


O município de Port Douglas, localizado em Queensland na Austrália, está entre as 100 melhores cidades australianas segundo a Revista Viajante Australiano. Cidade litorânea, com alta temporada entre os meses de maio e setembro, Port Douglas tem lindas praias, bons restaurantes, bares, cafés, butiques, livrarias e galerias. O pôr do sol é um espetáculo a parte, levando milhares a assistir e registrar o acontecimento todos os dias. É ideal para os amantes de atividades aquáticas como mergulho, jet-ski, kitesurf e caiaque. Para os que amam aventuras radicais, há também passeios para observação de crocodilos, além de opções de visitação a praias virgens com veículos de tração nas quatro rodas. Outra atração de Port Douglas é o hostel estilo resort Port O’Call Lodge. Com classificação 4 estrelas, o hostel conta com aquecimento solar, piscina de água do mar e turbinas de vento para gerar iluminação. Há ainda programas para evitar o desperdício. As diárias partem de R$ 79. Saiba mais em http://goo.gl/SGxmr0. 

No Havaí


Com diárias a partir de R$ 75, o Hedonisia Hawaii Eco-Hostel é uma das principais atrações de Pahoa, no Havaí. Mais eco-friendly impossível: há uma planta de energia geotérmica que utiliza líquidos quentes do subsolo para abastecer as turbinas dos geradores. O hostel também implementou um programa de total reciclagem, sem falar nos "banheiros com vista para o jardim", com uso de bidê para economizar papel higiênico. Os hóspedes podem desfrutar de uma trilha no entorno do hostel que leva a uma cratera vulcânica. Saiba mais: http://goo.gl/Tuc0yN. 

No México


Se México é o destino escolhido, o La Villada Inn Hostel, em Oaxaca, é uma ótima opção de eco-friendly hostel. Oferece dormitórios rústicos com vista para as montanhas. Conta com piscina e sala de jogos e, em seu café, o hostel oferece iguarias mexicanas para despertar os paladares mais aguçados. Baseado em construção ecológica (feito com blocos de terra), o La Villada Inn Hostel aceita animais de estimação e conta com diárias a partir de R$ 30. Saiba mais em http://goo.gl/j2OIT4. 

No Chile


O Chile é ponto obrigatório de todo viajante que desbrava a América do Sul. Em Puerto Natales, o YaganHouse é um eco-friendly hostel construído com materiais naturais, como paredes de madeira, aquecimento central, painéis solares, baixo consumo de energia e sistema de reciclagem. Localizada na Patagônia Chilena, Puerto Natales é o principal ponto de entrada para os visitantes do Parque Nacional Torres del Paine. O museu Puerto Bories, Monumento Nacional do Chile, em Puerto Natales, resume a história e as tradições da região. O YaganHouse conta com Diárias a partir de R$42. Saiba mais em: http://goo.gl/9t0Y3u. Para saber mais sobre o Hostelworld, acesse www.brazilian.hostelword.com. 

Quer tocar piano na França?


Começou na última semana, pelo terceiro ano consecutivo, um dos eventos públicos mais simpáticos da capital francesa. É o “Play Me I'm Yours”, um conceito do artista inglês Luke Jerram que, em 2008 teve a ótima ideia de distribuir pianos pelas maiores cidades do mundo. Em 2014, o evento em Paris ganhou 50 pianos, espalhados por parques, jardins, monumentos e praças e têm livre acesso a quem quiser arriscar algumas notas. Os pianos gratuitos ficam nas ruas de 25 de junho a 10 de julho e, assim como na edição passada, serão tocados por alguns artistas de renome internacional, convidados especificamente para o evento. No final da temporada, os instrumentos serão doados para instituições públicas como escolas e hospitais. Vejam abaixo algumas fotos da edição de 2013:

Miami a mais querida

Muitos brasileiros aproveitaram a Copa do Mundo como oportunidade para viajar pelo exterior, impulsionados pelo alto preço na hospedagem e transporte aéreo no Brasil, entretanto uma boa parte deles está viajando pelo país para acompanhar os jogos. É o que aponta o KAYAK (www.kayak.com.br), empresa de tecnologia voltada a criar ferramentas para simplificar o processo de pesquisas de viagens online. O levantamento, realizado durante todo o mês de junho, mostra que apesar da grande procura pelas cidades-sede da Copa do Mundo, Miami continua sendo líder de intenção de viagem dos brasileiros. A cidade praiana norte-americana é a que mais registra a procura de brasileiros. Nova Iorque, São Paulo, Rio de Janeiro e Orlando completam a lista dos destinos mais buscados. 

Ecoturismo no Brasil

A diversidade das belas paisagens brasileiras e atividades ecológicas têm atraído visitantes do mundo em busca do ecoturismo, apresentado pela grande diferença geográfica e climática do extenso território brasileiro e o segmento do turismo é um dos que mais cresce no Brasil. Segundo levantamento do Ministério do Turismo (MTur) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com turistas estrangeiros, 46,8% de visitantes internacionais está em busca de atividades junto à natureza.

Na Copa do Mundo

Esse índice aumenta com a Copa do Mundo e com as férias de julho. E para que você possa aproveitar esse período de descanso com tranquilidade e diversão, a Fundação Toyota do Brasil, que apoia ações que são referência em ordenamento econômico e turístico no país, oferece dicas de viagem das praias nordestinas aos campos do Pantanal. 

No Nordeste

Os 413.000 hectares de natureza exuberante da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, que abrangem oito munícipios de Alagoas e três em Pernambuco, é um verdadeiro berçário da vida marinha com mais de 185 espécies de peixes registradas e a presença de animais em risco de extinção como a tartaruga marinha e o peixe-boi. O local proporciona atividades de mergulho, passeios de barcos, observação de espécies da flora e da fauna, permitindo programas culturais como visitas às construções originais do século 18. O projeto visa à conservação dos recifes de corais, proteção das áreas de manguezais e a preservação do habitat e tornar autossustentáveis as comunidades, que perceberam o potencial turístico da região considerada uma das mais belas do Brasil. Dessa forma, atividades econômicas regradas como o passeio de observação do peixe-boi marinho contribuem para a preservação do mamífero aquático mais ameaçado de extinção no Brasil. A atividade de observação da espécie é realizada pela Associação Peixe Boi, localizada em Porto de Pedras, Alagoas. A atividade acontece no rio Tatuamunha diariamente e tem duração de aproximadamente uma hora.

Em Alagoas
Para quem deseja conhecer as piscinas naturais de Alagoas, conhecidas também como galés, um dos locais sugeridos é Maragogi. Em horários de maré baixa é possível mergulhar de snorkel ou cilindro, opção que inclui acompanhamento de guias a cinco metros de profundidade. No mesmo circuito, não deixe de fazer uma visita a Japaratinga. A cidade tem um ritmo ainda mais relaxado que Maragogi e ainda mantém suas construções originais como a  Igreja Matriz, construída  pelos holandeses.

Em Pernambuco

O mar cristalino da Praia dos Carneiros recebe diversos turistas para observar peixes e outros animais marinhos que se encontram nas piscinas de corais. O acesso difícil é motivo para o local ser relativamente pouco frequentado, tendo sua paisagem quase inalterada desde o século passado. Os tours de catamarã partem da Praia de Tamandaré e são realizados pela Cooperativa Náutica Ambiental. Os horários de saída podem variar de acordo com a época do ano. Porto de Galinhas também no estado pernambucano é parada obrigatória para qualquer viajante que passe pela região. Durante o dia, o roteiro é preenchido por mergulhos nos corais, caminhadas pela praia e atividades como o frescobol. À noite, as vilinhas aconchegantes do centro comercial se enchem de turistas a procura de souvenirs.

No Pantanal brasileiro

O ecossistema pantaneiro abriga uma diversidade grande de animais, alguns inclusive ameaçados de extinção como a onça pintada, o veado campeiro, o lobo-guará e a arara azul, espécie que é monitorada e protegida há 24 anos pelo Projeto Arara Azul com o apoio da Toyota desde 1991 e, mais recentemente, da Fundação Toyota do Brasil. Um das atividades que levam todos os anos turistas ao Pantanal é a observação de aves e outros animais. Os visitantes podem, sob agendamento, acompanhar os técnicos do Instituto Arara Azul no trabalho de campo, conhecer os ninhos naturais e artificiais e observar os casais e os filhotes dessa espécie de aves. No Refúgio Ecológico Caiman, as diárias incluem pensão completa e atividades ecológicas. Para os visitantes que gostam de passeios à noite, o safari fotográfico e a focagem noturna são ideais. 


Picapes e caminhões adaptados percorrem trajetos para flagrar animais como capivaras, jacarés, veados, porcos-do-mato, tuiuiús, garças e colhereiros. Com sorte, sucuris, tamanduás, onças-pintadas e lobos também surgem. A melhor época para ver mamíferos próximos dos rios é entre abril e novembro. Outra opção de veículo para observação de animais é o passeio de barco no período de cheia, entre outubro e março, uma infinidade de aves concentra-se nas árvores. É possível avistar lontras, ariranhas e jacarés e até mesmo onças-pintadas nas margens dos rios. Além dos hotéis, alguns barcos para pesca fazem saídas para ecoturismo durante a piracema, época de reprodução dos peixes.

Em Campo Grande

No retorno do Pantanal, os turistas podem visitar em Campo Grande (MS) o Centro de Sustentabilidade do Instituto Arara Azul, financiado pela Fundação Toyota do Brasil, o qual é agora a sede do Instituto e, ao mesmo tempo, objetiva garantir a perenidade das ações da entidade de forma que ela se torne economicamente autossustentável. Além disso, o local proporciona um novo tipo de turismo na região – o de informação e observação das araras na cidade e no Pantanal, principalmente no período de reprodução. O espaço recebe também pesquisadores e estudantes nacionais e estrangeiros interessados em estágio e treinamento fornecidos pelo Instituto Arara Azul.

Sobre a Fundação Toyota do Brasil

Criada em abril de 2009, a Fundação Toyota do Brasil completa cinco anos de atividades, focadas na preservação ambiental e formação de cidadãos. Além das novas iniciativas surgidas com a sua criação, a Fundação Toyota do Brasil também unificou e ampliou todos os projetos de responsabilidade social já em andamento, que estavam sob a responsabilidade da montadora Toyota do Brasil. A Fundação Toyota do Brasil agrega ainda as ações sociais implantadas e mantidas nas comunidades onde a empresa possui unidades, como Indaiatuba (SP), Guaíba (RS), Porto Feliz (SP), Sorocaba (SP) e São Bernardo do Campo (SP). Essas iniciativas compreendem as áreas de educação, meio ambiente e cultura, e contam com o apoio dos colaboradores da empresa como voluntários. Veja site: www.fundacaotoyotadobrasil.org.br e consulte seu agente de viagens sobre como chegar em cada um destes destinos.

BOI-BUMBA GARANTIDO - por João Zuccaratto


Jornalista especializado em turismo baseado na cidade de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

O mais antigo e o maior vencedor do Festival Folclórico de Parintins

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A Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido, conhecida como Boi Garantido, é um dos dois bois folclóricos que competem anualmente no Festival Folclórico de Parintins, Município situado na margem Sul do Rio Amazonas, próximo à fronteira com o Estado do Pará. Alguns dizem ter ele 101 anos de idade, pois teria sido fundado em 24 de junho de 1913. Mas, na verdade, está com 94, pois foi criado mesmo em 12 de junho de 1920.

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Seu criador foi Lindolfo Monteverde, descendente de negros nascido em 1902 e falecido em 1979. Ele tinha recém-entrado na idade adulta quando decidiu colocar na rua um boi-mirim, grupo de brincadeiras muito comum pelo Norte e Nordeste do Brasil até os dias de hoje. Assim, apareceu o Boizinho de Curuatá, na região Baixa do São José, uma vila de pescadores. E que veio ao mundo devido a uma dívida pessoal com São João Batista.

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Lindolfo Monteverde tinha sido acometido de uma grave doença, quando servia ao Exército. Já quase desenganado, fez uma promessa ao seu santo de devoção: se ficasse curado, iria realizar, todos os anos, uma ladainha e uma festa de boi em homenagem ao salvador. Atendido naquele pedido, foi só recuperar a saúde e cumpriu a palavra. No início da noite mais longa do ano, lá estava ele e um grupo de moradores festejando no meio da rua.

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Os mais antigos contavam que a apresentação começou com uma ladainha. Depois, distribuição de aluá — doce feito com leite, açúcar e castanhas trituradas —, bolo de macaxeira (mandioca) e tacacá: mingau bem ralo, de goma de tapioca temperado com tucupi (molho obtido a partir do suco de mandioca ralada), jambu (erva usada como tempero, com ação anestésica), camarão e pimenta. No final, muito forró, animando o povo noite adentro.

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Como a repercussão desta primeira festa entre a pequena população local foi enorme, e a garantia de Lindolfo Monteverde de repeti-la a cada 365 dias enquanto vivesse, a partir de então a noite de 24 de junho passou a ser uma das mais esperadas do ano. O evento foi crescendo e ultrapassou os limites da modesta via de terra batida, conhecida como Estrada Terra Santa, atual Avenida Lindolfo Monteverde, localizada no lado Oeste da cidade.

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Primeiro, começou a desfilar pelas ruelas do bairro, parando em frente a todas as casas que mantivessem fogueiras acesas. Depois, avançou sobre outros bairros de Parintins. E a programação cresceu, acrescentando-se uma saída para acordar os moradores, ao alvorecer do dia 12 de junho, data de aniversário do boi Curuatá. Ninguém se importava de ser tirado da cama bem cedo pelo grupo seguindo um boi com a marca de um coração na testa.

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As cores branca e vermelha foram sendo adotadas pela torcida de gente simples, humilde, crescendo dia após dia. Tanto que logo o Curuatá estava batizado como o Boi do Povão. Aquela apoteose crescente incentivou outros moradores a criarem bois semelhantes. E da quantidade surgiu aquele que se tornaria seu único rival. E do qual evitam pensar, falar ou mesmo escrever o nome. Referem-se a ele apenas como o boi Contrário.

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A partir de então, o que era festa simples tornou-se competição séria, de grande animosidade. E nesta batida o Curuatá acabou rebatizado. O novo nome veio das toadas compostas por Lindolfo Monteverde. Nos versos, ele lembrava aos rivais que seu bumbá sempre saía inteiro dos confrontos de ruas, na época rotineiros. Dizia, orgulhoso: “Nas brigas com os contrários, a cabeça de meu boi nunca quebra ou fica avariada. Isso é garantido!” 

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A brincadeira foi evoluindo e a fama da rivalidade entre os bois-bumbá de Parintins, ganhando o mundo. A Prefeitura local e o Governo do Estado viram naquilo um excelente chamariz para aumentar o número de turistas visitando o Estado do Amazonas. E deram início à institucionalização e à melhor organização da festa. Em 1965, surgia, então, o Festival Folclórico de Parintins. Mas nesta primeira edição não houve participação dos bois.

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A competição entre Garantido e seu contrário começa a tomar a forma atual no ano seguinte. E, a partir daí, a festa alcança uma dimensão inimaginável para o jovem humilde que montou um boizinho para pagar uma promessa. Presenciado por pessoas de todas as partes do mundo, transmitido ao vivo pela televisão e via Internet, o Festival rivaliza com os maiores eventos do País, como o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, por exemplo.

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Em sua história, vêm sendo atribuídos apelidos carinhosos ao Garantido, além daquele inicial, Boi do Povão. Boi da Promessa e Boi do Coração são alguns, mas Brinquedo de São João é o mais popular, o mais duradouro, sendo de autoria do próprio Lindolfo Monteverde. Ele ficou à frente da agremiação durante 60 anos, até sua morte, em 1979. A partir daí, a gestão passa à família Faria, no que é considerada a Era de Ouro do Garantido.

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A Família Faria foi a principal colaboradora do Boi Garantido durante o período em que os bois não recebiam apoio financeiro, seja de empresas privadas ou Governos. E eram rotulados como festa popular para pessoas de classe baixa. Com o suporte da Loja Jotapê, de José Pedro Faria, seus filhos Zezinho e Paulinho comandaram o Garantido por duas décadas: do final dos anos 1960 até a chegada de investimento externo, nos anos 1990.

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Tanto que a matriarca, dona Maria Ângela Faria, tornou-se a Madrinha do Boi. E ainda viva começou a ser homenageada todos os anos, na alvorada do dia 12, com os brincantes passam em frente à casa em que vivia. Outra tradição mantida neste quase um século de existência do Garantido é a de se cumprir a ladainha. Ela acontece todo início de noite em 24 de junho, na antiga sede — curral — do boi, situado na Avenida Lindolfo Monteverde.

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Dona Maria Ângela foi a responsável por uma mudança significativa no visual do boi. Até meados dos anos 1980, o coração da testa do animal era na cor preta. Ela sugeriu que ele fosse pintado de vermelho, e a sugestão foi prontamente executada pelo artista Jair Mendes. Com os Faria à frente, o Garantido dá início a uma época de muitas vitórias, tendo conquistado o único pentacampeonato até agora do Festival Folclórico: de 1980 a 1984.

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Em 1975, foram dois festivais. O primeiro, promovido pela Juventude Alegre Católica, na quadra de esportes da Rua Jonathas Pedrosa, onde está o Centro de Atendimento ao Turista. Era o local onde acontecia a disputa até o advento do Boibumbódromo. O segundo, pela Comissão Central de Esportes, no Parque das Castanholeiras, hoje Quadra Padre Sílvio Mioto, na Rua Sá Peixoto, reduto do boi contrário. O Garantido venceu os dois.

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A década de 1980 foi de glórias para o boi-bumbá mais querido do Brasil. Em 1980, o artista plástico Jair Mendes idealizou a apresentação que daria início aos cinco campeonatos seguidos. Nesse período, também, vieram os movimentos no boi-evolução. Foram três anos de vitórias nos festivais no Estádio Tupycantanhede. E mais dois, em 1983 e 1984, no Anfiteatro Messias Augusto, no mesmo local onde está agora o Boibumbódromo.

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O Garantido foi, também, o ganhador da primeira competição nesta nova arena, especialmente construída para as disputas, inaugurada em 1988. Para isto, ajudaram a força de sua galera, uma toada memorável e a introdução de inovações que, dali em diante, mudariam completamente a concepção das alegorias, chegando à perfeição que se vê hoje em dia. Não dá para acreditar o que aquele povo quase isolado do mundo é capaz de produzir.

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Na Vaqueirada, o Garantido trouxe lanças enfeitadas com metaloide, em vez do então tradicional papel de seda. No bloco musical, destaque para “Mãe Catirina”. A toada fez tamanho alvoroço na torcida vermelha que os responsáveis pela obra deixaram a ilha no início da manhã do segundo dia de Festival, por medo de que a construção viesse abaixo desabasse. Mas parafusos foram achados nos corredores sob a arquibancada após a festa.

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Com a derrota, os contrários apelidaram os vencedores de Boi Carnaval. Mas, na festa seguinte, copiaram todas as ideias. Não foi suficiente. O Garantido venceu em 1989, festival que marcou a despedida de Zezinho Faria do comando com a célebre frase: “A partir de agora, os bois já podem caminhar com suas próprias patas”, em referência à nova era em que ambas as agremiações seriam patrocinadas por Governos e grandes empresas.

Ali encerrava-se o período durante a qual o Boi da Baixa vencera oito das últimas 10 disputadas. Era o início dos anos de Zé Walmir como presidente do Garantido. Se o irmão Zezinho renunciou, Paulinho Faria continuou. E, em 1991, foi responsável por verdadeiro escândalo. Contratou o compositor dos contrários, Chico da Silva, para fazer toadas também para o Garantido. Sob protestos de ambos os lados, o artista criou a linda “Boi do Carmo”.

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A canção faz uma homenagem à Padroeira de Parintins, Nossa Senhora do Carmo. Para o outro grupo, fez “Missionário da Luz”, em homenagem ao curandeiro Waldir Viana. O Garantido abriu a noite do primeiro dia com uma apresentação modesta. Os adversários já cantavam vitória. Mas na apresentação deles um temporal destrói as alegorias. Sem tempo de serem recuperadas para os dois dias seguintes, Garantido foi sagrado campeão.

Em 1993, Braulino Lima entregou “Tic-tic-tac”, integrando a temática “Rio Amazonas, este rio é minha vida”. A expressão refere-se ao som das caixinhas de guerra, que, junto com o tambor, são a essência do ritmo do boi-bumbá. Gravada pelo Grupo Carrapicho, tornou-se sucesso em todo o País. Levada para a França em 1996, alcançou fama internacional em 1997. Parintins, Garantido e até mesmo o rival tornaram-se ícones mundiais.

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Em 1996, Chico da Silva produziu “Vermelho”. Durante a produção do CD, desentendeu-se com a diretoria do Garantido e retirou seu trabalho da gravação. Mas, antes mesmo de executada nas rádios, já era conhecida por toda a população amazonense, sucesso decorrente apenas da execução nos ensaios. A diretoria fez acordo com Chico e ela voltou ao CD. Estourou no restante do Brasil após gravada pela intérprete baiana Márcia Freire.

Não demorou muito, extrapolou as fronteiras nacionais e virou a sensação do Festival do Avante, em Portugal. Fafá de Belém também regravou a canção no seu álbum intitulado “Pássaro sonhador”, com grande sucesso. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, “Vermelho” foi a música mais executada nas rádios do Brasil naquele ano. E a composição se tornou parte dos bens imateriais do patrimônio cultural do Estado do Amazonas.

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Em 1997, o sambista Jorge Aragão compôs, para o Garantido, “Parintins para o mundo ver”. Tema do boi naquele ano, foi mais um sucesso daquele álbum marcando a vitória do vermelho e branco após três derrotas seguidas para o contrário. O autor decidiu regravá-la em 1999. Em 2001, foi incluída no CD “Millennium”, com suas maiores composições. Ele faria mais duas para o boi: em 1998, “Garantido eu sou”; em 2010. “Paixão de Parintins”.

Com apresentações cada vez mais modestas, o Garantido entrou em uma crise financeira após o Festival de 2008. Credores ganhavam na Justiça o direito sobre os bens da agremiação. Um associado chegou a denunciar que a entidade devia um total de R$ 12 milhões, e que não passava de massa falida. O Curral da Baixa, símbolo do Garantido, foi leiloado duas vezes para pagamento de dívidas. A agremiação conseguiu comprá-lo de volta.

Em maio de 2009, a grande enchente do Rio Amazonas inundou a Cidade Garantido, o local onde são produzidas as alegorias. Retiradas dos galpões, foram levadas para a praça em frente ao Boibumbódromo, em um percurso de mais de três quilômetros. Vieram as chacotas por parte dos contrários. Nas ruas, nas rádios, nos jornais, nas festas e na Internet, os torcedores do Garantido eram classificados como “alagados”, “afogados”, “atolados”...

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Para piorar mais ainda a situação, devido à má administração, o Garantido deixou de receber vários recursos. Os artistas trabalhavam sem receber o salário. O Ministério Público do Trabalho embargou a montagem das alegorias ao ar livre, alegando não haver condições de salubridade para os trabalhadores. Muitos acreditaram que, pela primeira vez, desde o início do Festival, faziam 43 anos, o vermelho e branco não apareceria na arena.

Mas o Garantido estava lá na noite de 27 de junho de 2009. Sem curral, sem galpão, sem crédito, sem dinheiro, mas com uma galera arrasadora e um time de itens individuais impecáveis. E iniciou sua apresentação sob o comando de Israel Paulain. Apesar da proibição do Ministério Público, continuaram produzindo as alegorias. Quando as autoridades, depois de idas e vindas, conseguiram embargar, os trabalhos estavam quase prontos.

Como tudo foi feito ao ar livre, os conjuntos cresceram em tamanho, causando grande impacto na arena. O acabamento foi simples, mas bem-feito. Para dar mais efeito, um guindaste trazia itens como a coruja branca, vinda do Céu, no Ritual Deni. No bloco Artístico (Alegorias, Lendas, Ritual etc.), perdeu para o contrário por pequena diferença. E venceu por pequena diferença no bloco dos itens (Pajé, Cunhã-poranga, Sinhazinha etc.). E ainda o pajé do contrário quebrou a perna no meio do Festival.

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Em 2011, o Garantido adotou como tema Miscigenação, também nome da toada mais executada naquele ano. Com organização primorosa, foram dois os grandes destaques: a alegoria do Jaguar, na primeira noite, com um coração batendo no peito, e a performance do levantador Sebastião Júnior, na segunda. Como o Boto, fez par com uma cabocla na coreografia das tribos Matawi Kukenan, executada pelos próprios nativos dentro da arena.

A apuração foi bastante tensa, com uma diferença mínima de um boi para outro até o final. Na primeira noite, o contrário venceu com 4 décimos de diferença. Na segunda e terceira noites, o Garantido ganhou por 3 décimos. Mais uma vez, o chamado Bloco Musical decidiu o festival em favor do vermelho e branco: Apresentador, Levantador, Batucada, Amo do Boi, Toada (letra e música), Galera e toda a organização do conjunto folclórico.

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Em 47 festivais, o Garantido venceu o festival por 29 vezes, incluído aqui o empate de 2000. Depois de passar por altos e baixos, sua estrutura atual é de fazer inveja a muitas empresas médias brasileiras. Além de manter os espaços que fazem parte da sua história, comprou o complexo da antiga Fabriljuta, no quilômetro 1 da Rodovia Odovaldo Novo, um amplo local que abriga seus galpões e todas as instalações administrativas necessárias.

Gerindo contratos de exploração de imagem e de merchandising, cessão de uso da marca, comércio de souvenires oficiais e muito mais, pode ser considerado hoje uma das brincadeiras mais sérias de Parintins, a Ilha do Boi-bumbá. E que pode ser resumida em versos de Lindolfo Monteverde: “Acorda morena bela. Vem ver o meu boi serenando no terreiro. É assim mesmo que ele faz, lá na fazenda, quando ele avista o vaqueiro.”

sábado, 28 de junho de 2014

BOI-BUMBA CAPRICHOSO - por João Zuccaratto


Jornalista especializado em turismo baseado na cidade de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo

Foto: Jeff Severino - Clique para ampliá-la

A Associação Folclórica Boi-Bumbá Caprichoso, conhecida como Boi Caprichoso, é uma das duas agremiações que competem anualmente no Festival Folclórico de Parintins, Município situado na margem Sul do Rio Amazonas, próximo à fronteira com o Estado do Pará. Alguns dizem ter ele quase 101 anos de idade, pois teria sido fundado em 20 de outubro de 1913. 

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Outros, porém, reduzem isto significativamente, colocando no ano de 1925. Esta controvérsia decorre de que, no início, tanto o Caprichoso como seu contrário eram associações informais, sem registro legal. Assim, não há documentos comprovando a criação e muito menos seus primeiros passos como entidade. Como inexiste relatos escritos da presença dos mesmos nos parcos jornais que circulavam naquele período, o que se sabe é produto do esforço de pesquisa, a partir da tradição oral de pessoas de mais idade.

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São testemunhos de antigos membros dos dois conjuntos, e de moradores que acompanhavam as apresentações pelas ruas simples da cidade. Por exemplo: fala-se que a primeira data marca o batismo de um outro grupo, já desaparecido. Trata-se do Boi Galante, criado por Emílio Vieira, conhecido como Tracajá. Ele é citado em toadas compostas por Lindolfo Monteverde, pai do contrário atual, mostrando serem contemporâneos e sem rivalidade. E é esta animosidade entre o Caprichoso e seu contendor de agora que muito contribui para jogar mais confusão neste aspecto. Para ser enaltecido como o mais antigo, cada um defende os momentos mais remotos para a própria origem, em sua maioria sem qualquer comprovação. Fala-se ainda que os irmãos Félix Cid, João Roque Cid e Raimundo Cid, considerados os verdadeiros pais do Caprichoso, eram integrantes do grupo do Boi Galante.

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Tracajá teria abandonado a agremiação depois de uma briga séria com os três. E isto aconteceu em 1925. Quem sabe, eles, assumindo a direção, provavelmente rebatizaram o boi. E, com o passar do tempo, montaram a história de sua criação a partir de uma promessa para São João. Expulsos de Crato, no interior do Estado do Ceará, pela seca, cruzaram o Estado do Piauí, o do Maranhão e o do Pará, atraídos pela fama do Ciclo da Borracha.Encontrando abrigo em Parintins, acertaram com o santo: se alcançassem prosperidade, iriam montar um grupo de brincadeiras, para homenageá-lo toda noite do dia 24 de junho. Conseguida a benesse, cumpriram a palavra dada. E, para levar a frente aquela empreitada, uniram-se a José Furtado Belém. Tratava-se de um advogado que, mais tarde, fez carreira na política amazonense. Ele chegou a ser vice-governador do Estado do Amazonas.

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Certo dia, os três estavam na Praça 14, um bairro da cidade de Manaus, quando toparam com a linda apresentação de um boi pertencente à família Antares, com o nome de Caprichoso. O trio gostou tanto do que tinham visto que resolveu fazer uma homenagem dentro daquela promessa inicial. E assim surgia o Boi-bumbá Caprichoso de Parintins. A sede inicial ficou na Travessa Sá Peixoto, localizada na parte Leste daquela pequena vila. Mas, em 2013, descendentes de Luiz Gonzaga, paratinense sem relação com o “Rei do Baião” pernambucano, reivindicaram o reconhecimento do ascendente deles como criador do Caprichoso. Maria Inácia Gonzaga, filha, afirmou: “Os irmãos Cid fundaram o Boi Galante, em 1913. Meu pai, o Caprichoso, em 1925.” Maria do Carmo Monteverde, filha do fundador do contrário, confirmou: “Gonzaga e meu pai, Lindolfo, eram amigos.”

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Seja isto verdade ou não, o boi-bumbá Caprichoso começou sua trajetória que já dura quase um século mostrando inovações frente ao seu contrário. Suas cores, azul e branco, a denominação dos ritmistas do grupo, chamados de Marujada de Guerra, e as formas de apresentação remetiam a dois outros folguedos presentes na longa travessia os irmãos Cid entre a caatinga e a Floresta Amazônica: o bumba meu boi do Maranhão e a marujada do Pará.

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Com 20 integrantes, colocava na rua apenas Estrela Maior, Amo e pequena Vaqueirada. E instrumentos primários: xeque-xeque, chocalho de latas de leite com pedrinhas ou sementes dentro; matraca, tabuinhas ou argolas de ferro que, agitadas, produzem estalos secos; e paco-paco, cara de cavalo ou cachorro esculpida em madeira, cuja parte inferior da boca é móvel e, acionada por fio, bate na superior, provocando o ruído que lhe dá nome.

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O boi já trazia na testa e estrela azul, marca registrada que ostenta até hoje. Por décadas e décadas, todo ano, ia de casa em casa, representando aquele teatro simples, já bastante conhecido, mas que encantava a todos. E, mesmo defendendo as cores oficiais azul e branco, de repente ganha o apelido de “Diamante Negro”. Se seu contrário alcançava o sucesso por um lado, o Caprichoso seguia a mesma trilha por outro, dividindo o povo da cidade.

A animosidade e a rivalidade entre os dois grupos aumentavam, chegando, muitas vezes, às vias de fato quando, por ares do destino, se encontravam em algum ponto dos trajetos. Terminadas as apresentações, vinham aquelas discussões intermináveis, cada lado defendendo ter sido melhor, vencedor. Este embate diário, contínuo, impediu o surgimento de novos grupos. E a população acabou dividindo-se, não igualmente, entre as duas agremiações.Tentando diminuir a importância do contrário, teorias buscam valorizar a denominação Caprichoso. E passa a ter significado mais amplo, com o boi sendo formado apenas por aquele que é caprichoso, trabalhador e honesto. 


O sufixo “oso”, anexado à palavra “capricho”, a transforma para “provido ou cheio de glória, primoroso em sua arte”. Fica claro que, no embate com os adversários, a humildade é a primeira a ser fragorosamente derrotada. Logo, uma saída por ano, apenas, não é mais suficiente. E o Caprichoso começa a fazer festejos particulares. Para isto, precisa de uma casa só sua. Ora, casa de boi é curral, e é assim que o local passa a ser chamado. O nome oficial é Zeca Xibelão, homenagem ao primeiro tuxaua (cacique, morubixaba, chefe) do boi-bumbá Caprichoso, falecido em 1988, E, é claro, está localizado na parte azul da crescente área urbana de Parintins.

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Como a importância das apresentações dos boi-bumbá já extrapolaram em muito os limites do Município, do Estado e até do País, tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura local veem naquelas manifestações populares uma excelente forma de incrementar o turismo. E assim, em 1967, surge o Festival Folclórico de Parintins. O Caprichoso e seu contrário começam a se apresentar num espaço específico, e não saem mais a esmo, pelas ruas. Era um espaço rústico, todo erguido em madeira. Na primeira edição, não houve julgamento, para mostrar o vencedor. Isto só acontece a partir de 1968. E sua primeira vitória vem em 1969. De lá até agora, são 19 títulos, incluindo o empate ocorrido em 2000. As exibições em local, e seguindo normas a serem obedecidas, as quais serviam para os julgadores determinar o melhor, deram início a um enorme ciclo de transformações nos dois bois.

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As regras podiam até serem rígidas, mas não tinha capacidade de limitar a criatividade na construção das alegorias e das fantasias, além de, muito menos, engessar as coreografias. E tanto o pessoal do Caprichoso quanto do seu contrário aproveitavam as brechas para chamar atenção das suas fiéis torcidas e ampliar seu destaque frente à bateria dos jurados. Estes, a cada edição, eram mais rigorosos na observação dos mínimos detalhes. Se, durante a de 1970 e até quase ao final da de 1980, as mudanças eram mínimas, a partir da inauguração do Boibumbódromo oficial a coisa muda de figura. O novo espaço, com estrutura em concreto armado, como que profissionalizou de vez as apresentações. E tanto o Caprichoso quanto seu contrário deram início ao um ciclo de novidades ano a ano. Ao surgirem, são minimizadas, criticadas, pelo oposto, mas este logo a adota também. Cresce em importância a representação do Levantador de Toadas. É ele que, com voz afinada, tem a missão de entoar as canções que sustentam o espetáculo, por toda sua duração, dando harmonia ao desenvolvimento do tema. Sua presença vem desde o início, quando o boi saia na rua. Eles eram responsáveis, também, por entoar declarações de amor ao próprio boi e versar provocações, gozações e lançar desafios provocando os contrários.



E o jovem Arlindo Júnior, ao assumir o posto de Levantador de Toadas do Caprichoso, em 1989, inicia um trabalho de envolvimento da galera, ou seja, dos seus torcedores, na performance do boi. Munido de placas para sinalização, coordena as arquibancadas na execução de coreografias com as mãos, gestos simples mas de grande efeito visual. E isto é responsável por transformar a década de 1990 na melhor época da história do Caprichoso.

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De 1990 a 1999, ganhou seis dos 10 festivais disputados, perdendo apenas os de 1991, 1993, 1997 e 1999. Em 1991, foi muito prejudicado pela forte chuva, que destruiu suas alegorias. Em 1993, segundo seus seguidores, foi injustiçado, opinião contestada pela turma do contrário, é claro! Em 1997, os pontos dados à apresentação na arena o tornaria, novamente, campeão. A derrota veio de uma penalidade imposta ao apresentador Gil Gonçalves. Se isto não tivesse acontecido, em 1988, o Caprichoso teria alcançado um pentacampeonato, igualando um feito exibido com muito orgulho pelo seu contrário: até hoje, é o único boi a vencer cinco vezes seguidas o Festival. Estes revezes fazem o boi azul e branco buscar novas veredas de inovação. E elas agora vão envolver a criação das toadas, as músicas que são o eixo das apresentações. A partir do final dos anos 1980, o paradigma é mudado.Até aquele momento, as letras sempre exaltavam o boi e os personagens, como Pai Francisco e Sinhazinha, além da cultura cabocla parintinense. 

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No início dos anos 1990, a temática indígena do Amazonas começa a ser introduzida nos versos, com sucesso, pelo boi Caprichoso. E a presença na arena ganha mais força ainda com o advento dos rituais indígenas. Virando pelo avesso a mesmice anterior, logo tornam-se o ponto alto do Festival. O boi Caprichoso foi o que melhor utilizou a temática. E alcançou grande destaque a partir dos sucessos de crítica e público conseguidos por toadas de temas indígenas. A partir deste patamar, o grande público de Manaus, que até então dava uma atenção tímida ao ritmo, abraçou aquelas canções. 

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E elas acabaram tornando-se símbolos da cultura amazonense. Daí para alcançar todo o País, e indo até para o mercado internacional, foi um pulo.Em 1994, o Caprichoso deu um espetáculo inesquecível com belíssimas alegorias, tudo culminando num momento mágico: o ritual indígena. Foram encenados “Unankiê”, “Fibras de Arumã” e “Urequeí”. Logo a seguir, o Grupo Canto da Mata, integrado por Alceo Ancelmo, Mailzon Mendes e Neil Armstrong, daria início a outro estilo, e este também seria tomada pelo grande público, tanto em Parintins quanto em Manaus a Toada Comercial.Em 1995, outros três rituais indígenas: “Lagarta de Fogo”, “Templo de Monan” e “Kananciuê”, este último, realmente, inesquecível. Ele mostrava um Urubu-rei em luta com o Pajé, representado por Valdir Santana. Em determinado momento da exibição, a Marujada parava e ficava em silêncio. 

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E, pela primeira vez, ouviu-se um diálogo neste tipo de apresentação. O Pajé perguntava “Onde está a luz?” E o Urubu-rei respondia: “Eu não sei.”No momento em que o Urubu-rei era derrotado, um espetáculo pirotécnico brotava de dentro da alegoria, representando a libertação da luz. Era um momento de delírio e êxtase para a galera do Caprichoso, uma vez que, como de praxe, a do contrário, também presente, não se manifesta. Pode até estar gostando, mas é proibida de mostrar isto em público. Isto faz parte da forte rivalidade entre os dois grupos, e que se tornou um charme da cidade.Naquele mesmo ano, com o advento de teclados, usados pela primeira, quase que escondidos, em 1994, o grupo compôs “Canto da Mata”, toada homenageando o trabalho que faziam. A explosão nas rádios, e também fora delas, ajudou o Caprichoso a vencer o Festival. Em 1996, apareceram os medleys, mistura de vários arranjos, durante os quais a galera executava coreografias com os braços, causando grande impacto nas arquibancadas.

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O espetáculo ganhou uma dimensão tão espetacular que o criador daqueles efeitos, o Levantador de Toadas Arlindo Júnior, sentenciou: “Nossas bandeiras são nossos os braços.” Em 1997, outro fenômeno toma conta do Amazonas: “Ritmo Quente”. Mantém seu sucesso nos ensaios e eventos turísticos da capital, como Boi Manaus e Carnaboi, até os dias de hoje. É a partir daí ano que o Caprichoso, então, adota o slogan “O boi de Parintins”.Aliás, desde 1997 também, o Caprichoso mantém, através de sua fundação, a Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle, conhecida como Escolinha de Artes Caprichoso, criada na gestão do então presidente Joilto Azêdo. De forma tímida em seu início, como um projeto experimental, envolvia cerca de 50 crianças. Nos dias atuais, atende mais de 700 jovens entre sete e 20, com iniciação artística, apoio aos esportes e auxilio para o reforço escolar.

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Esta ação já supre a demanda interna do Caprichoso em todos os setores que concorrem no Festival, especialmente na parte artística e musical. Para participar das atividades e laboratórios da escola, é preciso apenas estar matriculado na rede de ensino formal. E o mais incrível: para serem aceitas, as crianças e os adolescentes não precisam torcer para o Caprichoso. Tanto isto é verdade que a escola já revelou artistas que foram para o contrário.

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E assim foi-se colecionando vitórias e mais vitórias do boi Caprichoso: 1974, 1976, 1977, 1979, 1985, 1987, 1990, 1992, 1994, 1995, 1996, 1998, 2000, 2003, 2007, 2008, 2010 e 2012. A coleção de nomes à frente da sua direção também é enorme. Aos pioneiros Félix Cid, João Roque Cid e Raimundo Cid vieram juntar-se Emídio Vieira Antônio Boboí, Ervino Leocádio, Luiz Gonzaga, Luís Pereira, Nascimento Cid e Nilo Gama.

Depois que a entidade foi formalizada, vieram os presidentes: Acinélcio Vieira, Queiroz Filho, Geraldo Soares de Medeiros, João Batista de Andrade Netto, Irineu Teixeira, Rubens dos Santos Ray Viana, Joilto Azêdo, Dodozinho Carvalho e César Oliveira. Entre os períodos de Ray e Joilto, os destinos do Caprichos estiveram sob os cuidados de uma Junta Governativa, recuperando a entidade de um período de muitas dificuldades.


Aquele boi promessa, surgido num quintal de terra batida, desfilando pelas ruelas, à noite, sob a luminosidade da Lua e das tochas de lamparinas, é agora um espetáculo sem igual: apoteótico, dinâmico, rico, vibrante... Sob os aplausos de todos os que assistem estarrecidos àquela obra grandiosa produzida por gente tão simples, tornou-se uma marca para a difusão dos melhores valores do Estado do Amazonas. O que também é o seu contrário.