terça-feira, 27 de setembro de 2016

SC GANHA PLANEJAMENTO DO TURISMO ATÉ 2022 EM LINHA COM TENDÊNCIAS MUNDIAIS

SC GANHA PLANEJAMENTO DO TURISMO ATÉ 2022 EM LINHA COM TENDÊNCIAS MUNDIAIS

Trabalho realizado pela FIESC, FECOMÉRCIO-SC e SEBRAE-SC destaca as 12 regiões turísticas do Estado e suas potencialidades, além de apontar mudanças profundas no setor, vindas dos novos consumidores cada vez mais conectados

Presidente da FIESC, Glauco José Côrte, durante o lançamento da rota do turismo (foto: Filipe Scotti)

O planejamento estratégico do turismo de Santa Catarina até 2022, com foco no potencial de cada região do Estado e alinhado às tendências mundiais na área estão contemplados na rota estratégica do turismo, trabalho realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), FECOMÉRCIO-SC e SEBRAE-SC, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022). A iniciativa busca a consolidação de Santa Catarina como destino turístico inteligente, diante de um cenário em que os consumidores de turismo estão mais exigentes e conectados, tomando decisões com o auxílio de ferramentas on-line e com base na experiência e na recomendação de outras pessoas. A apresentação do planejamento foi realizada nesta segunda-feira (26), em Florianópolis.

O estudo defende a valorização e o fortalecimento de 12 regiões turísticas catarinenses: Caminho dos Canyons, Caminho dos Príncipes, Caminhos da Fronteira, Caminhos do Alto Vale, Costa Verde & Mar, Encantos do Sul, Grande Florianópolis, Grande Oeste, Serra Catarinense, Vale das Águas, Vale do Contestado e Vale Europeu. Em cada região foi realizado um mapeamento que mostra a situação atual do turismo e o potencial em cinco macrossegmentos: Turismo de Orla; Parques Temáticos; Regiões Históricas e Turísticas; Turismo em Áreas Naturais e MICE (sigla em inglês para encontros, incentivos, conferências e feiras). Veja detalhes abaixo.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, destacou que o impacto do turismo no PIB e no emprego das diversas economias acontece de forma direta e indireta. “Atualmente, a Organização Mundial de Turismo estima que o setor movimenta cerca de 9% do PIB mundial. A cada 11 empregos, um deriva deste setor. Além disso, 1,5 trilhão de dólares em exportação advém deste setor, o que corresponde a 6% das exportações mundiais e 30% dos serviços exportados”, afirmou. Ele lembrou que Santa Catarina apresenta vocação para o turismo e os demais setores podem se beneficiar com seus avanços. “O desenvolvimento estadual passa pela intregração e pelo uso das potencialidades catarinenses e é com esta posição que estamos construindo uma rota mais competitiva para o setor”, finalizou.

“A diversidade geográfica, climática e cultural é um diferencial competitivo de Santa Catarina que precisa ser explorado de forma estratégica para consolidar o setor como plataforma de negócios. Este planejamento pode contribuir para o reposicionamento do turismo a partir das empresas presentes no Estado, expressivamente (95%) de pequeno porte, com ações de fomento e valorização das vocações de cada região”, salientou o presidente da FECOMÉRCIO, Bruno Breithaupt, lembrando que o setor representa mais de 10% do PIB catarinense. 

O superintendente do SEBRAE-SC, Carlos Guilherme Zigelli, lembrou que o potencial de crescimento que surge do turismo é capaz de produzir um ciclo virtuoso na economia, aquecendo a cadeia da indústria, comércio e serviço. “É um projeto consistente, realista e maduro. Não podemos desperdiçar esse conhecimento e precisamos junto com as autoridades e o setor fortalecer o turismo catarinense”, afirmou.

A FIESC, FECOMÉRCIO e SEBRAE uniram forças com o objetivo de traçar uma rota estruturante para o setor, com vistas a contemplar as particularidades de cada região, suas vocações e desafios, de modo a construir os pilares de uma nova visão sobre o destino turístico. Os macrossegmentos foram definidos a partir da construção de conceitos dos segmentos da oferta turística para o País realizados pelo Ministério do Turismo ao longo dos últimos dez anos e que, respectivamente, integram diversos segmentos e nichos de mercado. Para a análise também foi utilizada metodologia do Fórum Econômico Mundial (2015) sobre o índice de competitividade em viagem e turismo que avalia fatores como: ambiente de negócios; segurança e proteção; saúde e higiene; recursos humanos e mercado de trabalho; facilidade de tecnologia da informação e comunicação; governança; sustentabilidade ambiental; infraestrutura geral e turística; recursos naturais e recursos culturais.

O turismo desejado para o Estado está embasado em dois pilares: destino turístico inteligente e benefícios dos destinos turísticos inteligentes. O primeiro pilar se dá pela aplicação de novas tecnologias de informação e pelo desenvolvimento turístico sustentável. O segundo busca promover um ambiente de espaço inovador, experiências turísticas para os consumidores e qualidade de vida para os munícipes.

O planejamento recomenda que as empresas profissionalizem sua gestão e adotem práticas sistemáticas de inovação para que se tornem sustentáveis e mais competitivas, ampliando a capacidade crescente de geração de negócios nas doze regiões turísticas. Florianópolis é o município do Estado com o maior número de estabelecimentos turísticos e, consecutivamente, o principal gerador de empregos para o setor. Entretanto, fazendo um comparativo entre os anos de 2007 e 2014, é possível observar o crescimento do setor em todas as regiões, o que pode representar uma mudança do produto consolidado “sol e praia”.

Em relação à competitividade turística, o Brasil ocupa a 28ª posição em ranking do Fórum Econômico Mundial. O País é o primeiro no ranking em competitividade quanto a recursos naturais e o oitavo em recursos culturais e viagens de negócios. Ao se analisar os mesmos quesitos em Santa Catarina, verifica-se que os recursos naturais e culturais estão presentes em todas as regiões e possuem alta atratividade e competitividade.

No caso dos recursos culturais, o estudo destaca a diversidade cultural e o patrimônio histórico presente em todas as regiões: o vinho e a neve da Serra, as estâncias termais da Grande Florianópolis, Grande Oeste e Encantos do Sul. No setor de viagens corporativas, o Estado apresenta mercados expoentes como as cidades de Joinville (Caminho dos Príncipes), Jaraguá do Sul (Caminho dos Príncipes), Blumenau (Vale Europeu), Itajaí (Costa Verde & Mar), Florianópolis (Grande Florianópolis), Criciúma (Encantos do Sul), Lages (Serra Catarinense) e Chapecó (Grande Oeste).

No outro extremo, o Brasil aparece na 104ª colocação quanto à saúde e higiene, em 126ª no quesito segurança e proteção e na 130ª posição em infraestrutura portuária e terrestre. Os indicadores catarinenses nessas áreas estão acima da média nacional, com exceção do acesso dos domicílios ao esgotamento sanitário. Neste índice a média brasileira por 100 mil habitantes é de 72% enquanto em Santa Catarina é de 62%.

Comportamento do consumidor: O trabalho mostra que o consumidor turístico tem baseado as decisões por meio de ferramentas on-line e isso vem modificando o comportamento quanto à busca por informações, processo de tomada de decisão e canais de distribuição utilizados. As informações de fontes informais estão sendo, proporcionalmente, mais relevantes do que as fontes formais. O compartilhamento de experiências na internet tem influenciado os consumidores, que têm avaliado de perto a recomendação de outras pessoas antes de decidir a viagem.

Estudo realizado pela comScore em 2016 mostra que os “millenials” ou geração Y (grupo de 18 a 34 anos) são os que proporcionalmente mais usam multiplataformas (62% dos entrevistados), ao contrário do grupo acima de 55 anos de idade que ainda usam mais desktop (55% dos entrevistados).

PDIC 2022: O PDIC reuniu 1,7 mil lideranças industriais, especialistas, governo e terceiro setor que identificaram os 16 setores industriais catarinenses com maior potencial de longo prazo e elaboraram rotas estratégicas para o desenvolvimento setorial. A partir das rotas foram esboçadas visões de futuro para cada um dos setores e áreas selecionados; elaborada agenda convergente de ações de todas as partes interessadas para concentrar esforços e investimentos; identificadas tecnologias-chave para a indústria catarinense; elaborados mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis para cada um dos setores ou áreas estratégicas.

Conheça as 12 regiões turísticas de SC e o potencial por macrossegmento

Caminho dos Canyons: A região é constituída pelos municípios de Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Ermo, Jacinto Machado, Maracajá, Meleiro, Morro Grande, Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Sombrio e Turvo.
• Turismo de Orla – balneários e a maior lagoa de água doce do estado (Lagoa do Sombrio) – requer infraestrutura

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – Pequenos, médios e grandes centros de eventos (Praiano Centro de Eventos)

• Regiões Históricas e Turísticas –miscigenação cultural, turismo religioso

• Turismo em Áreas Naturais – Parque Nacional de Aparados da Serra e Parque Nacional da

Serra Geral

Caminho dos Príncipes: A região é constituída pelos municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Campo Alegre, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itapoá, Jaraguá do Sul, Joinville, Massaranduba, Rio Negrinho, São Bento do Sul, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú e Schroeder.

Turismo de Orla – praias, Baía da Babitonga e Museu Nacional do Mar

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – centros de multiuso de referência

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, cidade histórica – D. Pedro II

• Turismo em Áreas Naturais – Mata Atlântica e cavernas

Turismo da Fronteira: A região é constituída pelos municípios de Anchieta, Descanso, Dionísio Cerqueira, Guaraciaba, Iporã do Oeste, Itapiranga, São João do Oeste, São Miguel do Oeste e Palma Sola.

• Turismo de Orla – passeios de barco no Rio Uruguai - requer infraestrutura

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – Parques e Complexos de Eventos e Exposições

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, Museu Edvino Hölscher e Marco das

Três Fronteiras.

• Turismo em Áreas Naturais – rios, cânions e cachoeiras

Caminhos do Alto Vale: A região é constituída pelos municípios de Agrolândia, Agronômica, Atalanta, Aurora, Braço do Trombudo, Chapadão do Lageado, Dona Emma, Ibirama, José Boiteux, Laurentino, Lontras, Mirim Doce, Presidente Getúlio,

Presidente Nereu, Rio do Oeste, Rio do Sul, Salete, Santa Terezinha, Taió, Trombudo Central, Vidal Ramos e Vitor Meireles.

Turismo de Orla – diversidade de rios e riachos; pesca de truta

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – pequenos, médios e grandes espaços de eventos – Centro de Eventos Hermann Purnhagen

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, patrimônio histórico e religioso, paisagens rurais e festas típicas

• Turismo em Áreas Naturais – Floresta Nacional de Ibirama, Área de Relevante Interesse Ecológico Serra da Abelha (maior reserva de araucárias do país), atividades ligadas à natureza e aventura com destaque para diversidade de cachoeiras, rios e montanhas

Costa Verde e Mar: A região é constituída pelos municípios de Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luiz Alves,Navegantes, Penha, Porto Belo e Tijucas.

• Turismo de Orla – diversidade de praias, infraestrutura para marinas, píer para cruzeiros

marítimos, BC Port (Porto Turístico de Balneário Camboriú) e Museu Oceanográfico

• Parques Temáticos – Beto Carreiro World

• MICE – construção de Centro de Eventos de Balneário Camboriú

• Regiões Históricas e Turísticas – cultura açoriana e produção de cachaça

• Turismo em Áreas Naturais – Mata Atlântica e contrastes do mar e montanha  

Encantos do Sul: A região é constituída pelos municípios de Balneário Rincão, Cocal do Sul, Criciúma, Forquilhinha, Garopaba, Grão Pará, Gravatal, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Lauro Muller, Nova Veneza, Orleans,Pedras Grandes, Santa Rosa de Lima, São Martinho, Treze de Maio,Tubarão e Urussanga.

• Turismo de Orla – diversidade de praias e paisagens requer infraestrutura

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – pequenos, médios e grandes espaços de eventos – Arena Multiuso de Tubarão

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, religiosa, estâncias termais, Museu Ferroviário de Tubarão

• Turismo em Áreas Naturais – Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, observação de

Baleia Franca e pesca de tainha com o boto, Mata Atlântica, Parque Nacional de São Joaquim

Grande Florianópolis: A região é constituída pelos municípios de Florianópolis, Palhoça, São José, Governador Celso Ramos, Alfredo Wagner, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, Rancho Queimado, Anitápolis, Angelina, São Bonifácio e São Pedro de Alcântara.

Turismo de Orla – diversidade de praias e paisagens; requer infraestrutura

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – oferta de pequenos, médios e grandes Centros de Eventos

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, religiosa

• Turismo em Áreas Naturais –diversidade de áreas naturais protegidas, Parque Estadual da Serra do Tabuleiro


Grande Oeste: A região é constituída pelos municípios de Aberlado Luz, Chapecó, Passos Maia e São Lourenço.

• Turismo de Orla – rios e quedas d´água

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – parques de exposições, pequenos, médios e grandes centros de eventos

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, águas termais

• Turismo em Áreas Naturais – Mata Atlântica e Floresta de Araucária

Serra Catarinense: A região é constituída pelos municípios de Lages, São Joaquim, Urubici, Correia Pinto, Bom Jardim da Serra, Rio Rufino, São José do Cerrito, Urupema, Bom Retiro, Bocaina do Sul, Painel e Campo Belo do Sul.

Turismo de Orla – pesca - requer infraestrutura nos rios e lagos

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos e de aventura)

• MICE – pequenos, médios e grandes espaços de eventos

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, religiosa, vitivinicultura

• Turismo em Áreas Naturais – Floresta de Araucária, Mata Atlântica, Parque Nacional de São Joaquim

Vale das Águas: A região é constituída pelos municípios de Águas de Chapecó, Caibi,Formosa do Sul, Maravilha, Mondaí, Palmitos, Planalto Alegre, Quilombo, Santiago do Sul, São Carlos e União do Oeste.

• Turismo de Orla – diversidade de rios e riachos, turismo de pesca

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos e de águas termais e

hidrominerais)

• MICE – pequenos e médios espaços de eventos

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, paisagens rurais, estâncias termais e

hidrominerais, festas típicas

• Turismo em Áreas Naturais – atividades de natureza e aventura, passeios e expedições pelos rios, ilhas fluviais, cachoeiras e lagoas

Vale do Contestado: A região é constituída pelos municípios de Piratuba, Joaçaba, Videira, Concórdia, Porto União, Itaiópolis, Canoinhas, Fraiburgo, Itá, Três Barras, Treze Tílias, Mafra, Irani, Irineópolis, Celso Ramos, Papanduva, Seara, Lindóia do Sul, Tangará, Campos Novos, Presidente Castello Branco, Água Doce, Ipumirim, Ouro, Peritiba, Ipira, Alto Bela Vista, Calmon, Frei Rogério, Matos Costa, Vargeão e Zortéa.
Turismo de Orla – potencial, mas requer infraestrutura

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos e temáticos)

• MICE – pequenos e médios espaços de eventos

• Regiões Históricas e Turísticas - miscigenação cultural, Guerra do Contestado, vitivinicultura

• Turismo em Áreas Naturais – Floresta de Araucária e Mata Atlântica

Vale Europeu: A região é constituída pelos municípios de Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Blumenau, Botuverá, Brusque, Canelinha, Doutor Pedrinho, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Nova Trento, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio, São João Batista e Timbó.

Turismo de Orla – potencial, mas requer infraestrutura

• Parques Temáticos – pequenos empreendimentos (parques aquáticos)

• MICE – centro de multiuso de referência

• Regiões Históricas e Turísticas – miscigenação cultural, religiosa

• Turismo em Áreas Naturais – Mata Atlântica, cavernas

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