ABAV-SC, PELAS FORTALEZAS DA ILHA DE SANTA CATARINA
A Associação Brasileira de Agentes de Viagens - ABAV-SC, promoveu neste final de semana, 21 e 22 de abril um evento de capacitação em Florianópolis, que incluiu também um passeio marítimo pelas Fortalezas da Ilha de Santa Catarina. O encontro ofereceu palestras com empresas do segmento de Turismo e foram direcionadas aos agentes de viagens. Segundo Eduardo Loch, presidente da ABAV-SC, no primeiro dia, as palestras iniciaram às 14h, no Cambirela Hotel, com Scuna Sul Passeios Marítimos, Núcleo Hotéis do Centro, Caminho Cervejeiro, Ponto de Partida Operadora e Grupo Cia Marítima.
Já neste domingo os agentes de viagem puderam confraternizar-se em um espetacular passeio com a Scuna Sul, especialista nesta área. Céu de brigadeiro e mar de almirante. O dia não poderia ter sido melhor, deveria ser outono, mas puro verão. O passeio começou às 10h30hs. O ponto de encontro foi no trapiche embaixo da Ponte Hercílio Luz e as vagas foram limitadas a 40 agentes de viagens.
Trata-se de um passeio que leva o dia todo e que todo agente, além dos turistas não poderiam deixar de fazer. A primeira parada foi na Fortaleza de Santo Antônio de Ratones,localizada na ilha de Ratones Grande, na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis. Esta fortaleza configurava o terceiro vértice do triângulo de fogo idealizado pelo Brigadeiro José da Silva Paes. O início de sua construção ocorreu em 1740.
Seus principais edifícios estão implantados em uma linha no terraplano superior, guarnecidos pela encosta e voltados para o mar. As edificações mais significativas são a Portada, a Fonte D’Água e o Aqueduto. Além de seu expressivo acervo arquitetônico, a Ilha de Ratones Grande apresenta uma paisagem natural exuberante, formada por Mata Atlântica. Possui uma trilha destinada à prática do turismo ecológico e educação ambiental, permitindo a integração dos visitante aos ambientes marinhos, à mata e à fauna associada a este ambiente (essa trilha está temporariamente desativada).
Abandonada durante décadas, encontrava-se já completamente arruinada quando foi tombada em 1938 como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Na década de 1980, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) coordenou os primeiros trabalhos de arqueologia e de mutirões de limpeza da vegetação que havia encoberto completamente a fortaleza.
Entre 1990 e 1991, no âmbito do “Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, foi concluída a restauração da maioria dos edifícios da Fortaleza de Ratones, que passou a ser mantida e gerenciada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), juntamente com as fortalezas de Anhatomirim e Ponta Grossa.
No processo de restauração buscou-se reconstruir a volumetria dos edifícios, seus vão originais e coberturas, preservando elementos remanescentes e as marcas das intervenções ocorridas ao logo de sua história.
Ficam evidentes as técnicas e materiais utilizados na reconstrução, e o visitante pode discernir entre o original e o restaurado.
A segunda parada foi na Baia dos Golfinhos para almoço e banho. Frutos do mar evidentemente.
As 14:45hs o "Holandês Voador" zarpou com destino a segunda fortaleza, à Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim que está localizada na Ilha de Anhatomirim, hoje na área de jurisdição do município de Governador Celso Ramos. Estrategicamente situada na entrada da Baía Norte.
Sua construção teve início em 1739 e se estendeu por vários anos. Sua arquitetura tem traços de influência renascentista. Os seus edifícios se distribuem de maneira esparsa por toda a ilha de Anhatomirim e suas espessas e baixas muralhas de pedra apenas conformam as antigas baterias de artilharia, deixando as construções descortinadas na paisagem. A maioria dos materiais utilizados na sua construção é da própria região com exceção feita aos elementos de cantaria e ao “lioz” – espécie de calcário branco português existente nas soleiras das portas, escadarias e algumas bases dos canhões.
A Casa do Comandante é sobrado colonial que lembra as construções utilizadas como casas de câmara e cadeia, bastante comuns na administração do Brasil Colônia. Esta casa foi provavelmente a primeira sede do Governo de Santa Catarina, onde teria residido o Brigadeiro Silva Paes.
Já o Quartel da Tropa é uma construção de grande destaque que representa o auge da imponência das obras de Silva Paes. De estilo clássico, com destaque para as arcadas térreas, apresenta tal apuro de proporções e detalhes que raramente deixava de ser mencionada por viajantes europeus em seus diários. É o maior quartel existente entre as fortificações brasileiras.
Após a invasão espanhola de 1777 o sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina entrou em descrédito e passou a ser progressivamente abandonado. Em 1894, durante a Revolução Federalista, a fortaleza serviu de prisão e base de fuzilamentos de revoltosos contra o governo de Floriano Peixoto. No início do século XX passou a pertencer ao Ministério da Marinha, e voltou a ser utilizada como prisão no desfecho da Revolução Constitucionalista de 1932.
Funcionou até o final da Segunda Guerra Mundial quando novas tecnologias bélicas a tornaram obsoleta como unidade militar. Apesar de desativada, a Marinha manteve no local uma pequena guarnição de vigilância até provavelmente fins da década de 1950. A partir desta data foi abandonada e depredada.
Em 1979, a Universidade Federal de Santa Catarina assinou um convênio com o Ministério da Marinha e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, assumindo a guarda e tutela da fortaleza e dinamizando o processo de restauração de suas ruínas históricas.
Em 1984, foi possível a sua reabertura à visitação pública. Entre 1989 e 1990, no âmbito do “Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos na História Brasileira”, foi concluída a restauração da Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim.
Depois dessas visitas, retornamos ao atracadouro da Scuna Sul, exatamente às 17:00hs. Pura diversão e de fato, imperdível. PARA VER TODAS AS FOTOS CLIQUE AQUI.
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