terça-feira, 7 de novembro de 2017

BRASIL E ARGENTINA DEFINEM AÇÃO CONJUNTA NA CHINA

BRASIL E ARGENTINA DEFINEM AÇÃO CONJUNTA NA CHINA

Ações entre países vizinhos buscam atrair estrangeiros, impulsionando o fluxo turístico para toda a região 


Representantes do turismo brasileiro e argentino na WTM, em Londres

O Brasil e a Argentina deram mais um importante passo em direção a ações conjuntas de promoção turística em países remotos. O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, e o ministro do Turismo do país vizinho, Gustavo Santos decidiram acelerar os preparativos e fazer, em 2018, um roteiro de promoção dos dois maiores parceiros no turismo da América do Sul. A ação prevê a presença nas principais cidades chinesas, como a capital Pequim, Xangai e Guangzhou (Cantão). O encontro dos dois dirigentes foi em Londres, nesta terça-feira (7), na WTM, maior feira de turismo no mundo. O presidente da Embratur estava acompanhado dos deputados Paulo Azi, José Carlos Aleluia e Efraim Filho, da Comissão de Turismo da Câmara, bem como do embaixador do Brasil no Reino Unido, Eduardo Santos.

As conversas entre Lummertz e Santos sobre o tema vem acontecendo há dois anos. O presidente da Embratur acredita que os países estão maduros para esta inciativa. "O mercado chinês é muito grande e vem crescendo. Temos o problema da distância, mas com iniciativa conjunta fica tudo mais simples, como menor custo e logística simplificada. Desde o início, tanto nós quanto o ministro Santos considerávamos que, se quando os viajantes asiáticos ou americanos que vão para a Europa visitam dois ou mais países, porque não oferecer o mesmo na América do Sul?", resumiu o presidente da Embratur.

O ministro da Argentina lembrou ainda que Brasil e Argentina tem um grande destino em comum, que são as Cataratas do Iguaçu. Santos pediu, mais uma vez, que o presidente da Embratur sugira ao governo brasileiro um regime mais flexível quanto a exigência de visto para turistas chineses. Quando visitam a Argentina, os turistas chineses com visto americano têm a entrada liberada, mas precisam de visto de entrada se quiserem visitar o lado brasileiro das cataratas.

"Se eles têm a Muralha da China, uma das maravilhas do mundo, temos as Cataratas, outra maravilha. Estamos irmanados neste item e precisamos aproximar mais nossos povos, promover mais tudo isso", comentou o ministro argentino, Gustavo Santos. A China é o pais que mais envia turistas internacionais para o resto do mundo. No ano passado 130 milhões de chineses foram ao exterior. O Brasil recebeu 60 mil desses viajantes.

Agência

O presidente da Comissão de Turismo da Câmara, Paulo Azi, afirmou ainda durante o encontro que o projeto de lei que propõe a transformação da Embratur em serviço social autônomo, deverá ser votado na casa parlamentar até o final do ano. "Trata-se de um projeto de grande importância para que o Brasil assuma definitivamente seu lugar de destaque no cenário do turismo internacional. O turismo pode ter papel fundamental na retomada econômica do país, mas para atrair o turista internacional é preciso uma agência de promoção à altura da concorrência internacional", destacou Azi.

Atualmente a Embratur é uma autarquia e sua única fonte de recursos é o orçamento da União, sempre sujeito a cortes e contingenciamentos. Se aprovado o projeto de lei, a Embratur passa a ser uma agencia nos moldes da Apex. Terá mais autonomia para fazer convênios e aportar recursos de outras fontes, bem como poderá fazer parcerias com a iniciativa privada. O orçamento da autarquia em 2017 foi de US$ 17 milhões. Bem abaixo dos mais de US$ 35,5 milhões investidos na Argentina. De acordo com o presidente Lummertz, com o novo modelo será possível se multiplicar por cinco o valor do investimento deste ano.


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